Temendo abstenções, Macron é favorito em eleições na França

6 mai 2017 - 15h12
(atualizado às 19h20)

Mais de 45 milhões de franceses foram convocados a irem às urnas neste final de semana para escolher entre dois modelos irreconciliáveis de país em uma eleição que tem como favorito o centrista Emmanuel Macron, mas cujo resultado depende do nível de participação da população.

Se cerca de 80% dos eleitores exercerem seu direito a voto como ocorreu no primeiro turno, as pesquisas preveem uma vitória folgada de Macron, com mais de 20 pontos percentuais de vantagem sobre a líder da extrema direita Marine Le Pen.

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Macron
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Foto: Reuters

O que ocorreria com um alto índice de abstenção é uma incógnita, já que o fenômeno pode ser acompanhado de um aumento exponencial no voto em branco, algo que ocorre pela grande rejeição a ambos os candidatos em alguns setores da sociedade francesa.

A campanha mais ofensiva dos últimos anos ganhou um novo capítulo na noite de sexta-feira, quando milhares de documentos internos do movimento "En Marche", fundado por Macron, foram roubados por hackers e divulgados nas redes sociais.

As regras eleitorais não permitem que os candidatos falem publicamente na véspera do pleito, o que evitou que Le Pen explorasse politicamente o vazamento dos documentos.

A única reação da Frente Nacional (FN) foi expressada pelo vice-presidente do partido, Florian Philippot, minutos antes das 0h de hoje, quando entrava em vigor a "lei do silêncio". Em um tweet, ele escreveu: "Ensinarão os #MacronLeaks coisas que o jornalismo investigativo escondeu deliberadamente?"

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O "En Marche" denunciou que os arquivos hackeados - e-mails, documentos contábeis e contratos - foram obtidos há várias semanas graças à invasão de contas de e-mail pessoas e profissionais de representantes da campanha de Macron.

Segundo o movimento fundado pelo ex-ministro da Economia, os autores do ataque incluíram documentos falsos junto aos autênticos para "semear a dúvida e a desinformação".

Para a campanha de Macron, o ataque foi uma "tentativa de desestabilizar as eleições presidenciais", assim como tinha ocorrido nos Estados Unidos no pleito vencido por Donald Trump.

Macron aumenta sua vantagem nas pesquisas após debate na TV
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No último dia 26 de abril, o "En Marche" confirmou que tinha sido alvo de pelo menos cinco ciberataques realizados por profissionais e atribuídos ao mesmo grupo de hackers russos, o Pawn Storm, que foi acusado de ter roubado e-mails da campanha da candidata democrata nas eleições americanas, Hillary Clinton.

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Em uma reação fulminante, a Comissão Nacional de Controle da Campanha Presidencial na França lembrou todos os cidadãos, e especialmente os veículos de comunicação, que a difusão de documentos roubados pode ser alvo de ações penais.

O ainda presidente François Hollande afirmou que o ataque cibernético não ficará sem resposta. Ele também admitiu que existia o risco de que uma ação semelhante ocorresse. "Isso já ocorreu em outros lugares", afirmou.

A votação, que começou hoje nos territórios franceses ultramar e nos consulados no continente americano, terá segurança reforçada, assim como já tinha ocorrido no primeiro turno.

Mais de 50 mil policiais estarão nas ruas, apoiados por 7 mil militares mobilizados na Operação Sentinelle de combate ao terrorismo no país.

O ataque realizado por um jihadista no último de 20 de abril em Paris, no qual morreu um policial, e a prisão ontem de um radicalizado que pretendia organizar um atentado em uma base militar na Normandia mantêm as forças de segurança em estado de alerta.

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