Alemães fazem festa pelos 25 anos da queda do Muro de Berlim

No Portão de Brandemburgo, símbolo da união para os alemães, um imenso palco foi montado para abrigar apresentações artísticas

7 nov 2014 - 15h43
Balões foram instalado onde estava o muro de Berlim, a instalação dividirá parte da região central da cidade temporariamente. 7/11/2014
Balões foram instalado onde estava o muro de Berlim, a instalação dividirá parte da região central da cidade temporariamente. 7/11/2014
Foto: Hannibal Hanschke / Reuters

No Portão de Brandenburgo, em Berlim, capital da Alemanha, lembranças de um triste passado de divisão se misturam aos últimos preparativos para a celebração da liberdade. Uma grande festa pública vai ocorrer no local, no próximo domingo (9). Nesse dia, há 25 anos, o Muro de Berlim, que dividia a Alemanha oriental, socialista, da ocidental, capitalista, foi ao chão. Era a vitória do povo contra a opressão do regime comunista.

No local onde ficava o muro, uma linha foi montada com 8 mil balões brancos, que, na noite desta quinta-feira, serão iluminados. No domingo, eles serão lançados aos céus numa homenagem à paz e à unidade. Ao longo da linha, que tem 15 quilômetros, a exposição "As 100 Histórias do Muro" chama a atenção dos turistas. Cada parada, conta uma história de luta e resistência. “Estou muito impressionado. Eu me lembro de assistir à queda do Muro de Berlim pela TV, mas estar aqui e poder ver por meio desses balões onde exatamente ficava o muro; poder conhecer mais do que as pessoas viveram por meio dessas histórias, é muito emocionante”, conta o designer britânico Paul Anthony.

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Cada balão da chamada Barreira de Luz tem um patrono. São testemunhas daquele momento histórico, convidadas a dividir suas histórias por meio de um site, o www.fallofthewall25.com. Também nesta página, pessoas do mundo inteiro que acompanharam a queda do muro podem deixar mensagens e depoimentos.

No Portão de Brandemburgo, símbolo da união para os alemães, um imenso palco foi montado para abrigar apresentações artísticas. A alegria e a excitação se misturam às lembranças de um período de sofrimento. Um telão exibe filmes antigos, em preto e branco, com cenas brutais de opressão e violência contra os que tentavam atravessar o muro. Cruzes em homenagem aos que morreram na resistência foram posicionadas nas proximidades.

A servidora pública alemã Ines Jeeger cresceu às margens da barreira de concreto. “A gente via pessoas tentando atravessar, e a repressão da polícia era sempre violenta. Mas pra gente aquilo era normal. A gente já estava acostumado com aquele cenário”, lembra. Ela conta emocionada que quando, pela primeira vez, pisou no lado Leste da Alemanha, ficou impressionada. “As pessoas, no lado Leste, estavam pálidas e tristes. As cidades estavam totalmente destruídas. Eu chorei muito ao ver aquela situação.”

O aposentado Frank Mehler também vivenciou a Alemanha dividida. Para ele, a separação entre Leste e Oeste foi muito além do muro. “A Alemanha Ocidental, capitalista, alcançou um desenvolvimento econômico muito maior. As pessoas tinham uma vida completamente diferente daquelas que viviam na parte Leste”, lembra. Para ele, as diferenças econômicas e sociais ainda persistem. “É bom celebrarmos esses 25 anos para nos lembrar de que avançamos muito, mas ainda há muito o que fazer para que sejamos uma Alemanha cada vez mais igual."

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Agência Brasil
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