Um homem de 93 anos suspeito de ser um ex-guarda do campo de extermínio nazista de Auschwitz, na Polônia ocupada, será julgado no ano que vem, afirmou um tribunal alemão nesta segunda-feira.
Quase 70 anos após o fim do Holocausto, em que cerca de 6 milhões de judeus, assim como ciganos, homossexuais, deficientes e opositores políticos ao nazismo, foram condenados à morte, a maioria dos suspeitos morreu ou já não pode mais ser julgada.
O tribunal em Luneburg, no norte da Alemanha, não identificou o homem que será julgado sob a acusação de ser cúmplice do assassinato de 300.000 pessoas.
Procuradores em Hanover dizem que o homem deve ter trabalhado como guarda da SS (força paramilitar ligada ao Partido Nazista) no campo entre setembro de 1942 e outubro de 1944, onde foi responsável pela contagem e gestão do dinheiro apreendido daqueles deportados para Auschwitz.
As acusações dizem respeito a um período de dois meses, entre maio e julho de 1944, quando cerca de 137 trens chegaram ao campo levando 425.000 pessoas, a maioria proveniente da Hungria. Pelo menos 300.000 delas foram assassinadas imediatamente.
"O acusado sabia que, como parte do processo de seleção, os não escolhidos para o trabalho e que recebiam a mensagem de que iam para o banho estavam realmente indo para as câmaras de gás onde seriam mortos de forma agonizante", disse o tribunal em uma declaração anterior emitida em setembro.
Cerca de 16 sobreviventes ou familiares se apresentaram, disse o tribunal. Oito foram aceitos como testemunhas.
Enquanto o tempo está se esgotando para levar criminosos de guerra sobreviventes à Justiça, grupos que buscam nazistas, como o Centro Simon Wiesenthal, pressionam para que os milhares de funcionários dos campos de concentração e que ajudaram a transportar vítimas judias em toda a Europa sejam julgadas antes que seja tarde demais.