Alunos alemães choram morte de colegas em acidente na França

No total, 16 estudantes e dois professores de uma escola de segundo grau de uma pequena cidade alemã estavam a bordo do avião

24 mar 2015 - 16h59
(atualizado às 17h35)
Velas são acesas em escola alemã em Haltern am See após acidente de avião que matou estudantes da instituição.   24/03/2015.
Velas são acesas em escola alemã em Haltern am See após acidente de avião que matou estudantes da instituição. 24/03/2015.
Foto: Kirsten Neumann / Reuters

Alunos e professores de uma escola de segundo grau de uma pequena cidade da Alemanha irromperam em lágrimas ao se darem conta de que 16 estudantes e dois professores da instituição estavam a bordo do avião da Germanwings que caiu na França nesta terça-feira a caminho de Duesseldorf.

Os alunos da escola Joseph-Koenig-Gymnasium estavam a caminho de casa depois de passar uma semana no Institut Giola, em Llinars del Vallès, perto de Barcelona, na Espanha, em um programa de intercâmbio.

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Foi uma recíproca à visita de 12 estudantes espanhóis que passaram o mesmo período de tempo em sua escola em dezembro passado.

“Era um programa de intercâmbio de língua espanhola, e eles estavam voando para casa depois do que provavelmente foi o momento mais maravilhoso de suas vidas”, disse Sylvia Loehrmann, secretária da Educação do Estado da Renânia do Norte-Westfália.

Estudantes se reúnem em frente a escola Josef-Koenig-Gymnasium de ensino médio, em Haltern am See, na Alemanha. No total, 16 alunos e dois professores da escola estavam no voo
Foto: Kirsten Neumann / Reuters

“É tão trágico, tão triste, tão incompreensível”, declarou. A maioria dos alunos tinha cerca de 15 anos de idade.

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O Airbus operado pela Germanwings, braço da companhia aérea alemã Lufthansa que oferece voos mais baratos, caiu nos Alpes Franceses, matando todas as 150 pessoas a bordo. A Germanwings confirmou que seu voo de Barcelona a Duesseldorf caiu com 144 passageiros e seis tripulantes.

O prefeito da cidade de Haltern am See, Bodo Klimpel, afirmou que a notícia sobre os relatos de que um avião saído de Barcelona tinha desaparecido se espalhou rapidamente pela escola, e que os alunos começaram a pesquisar por conta própria para tentar saber mais sobre o destino do voo.

Velas são colocadas do lado de fora de uma escola do ensino médio, na Alemanha, depois que os alunos descobriram que 16 colegas e dois professores do colégio estavam a bordo do avião que caiu na França, nesta terça-feira
Foto: Kirsten Neumann / Reuters

“Então, quando o avião não pousou e eles não conseguiram entrar em contato com seus amigos e colegas de classe pelo celular, deduziram que o pior tinha acontecido”, disse o prefeito, que também lutou com as lágrimas durante a coletiva de imprensa.

“Os alunos foram informados de que era grande a probabilidade de que o avião não iria pousar em Duesseldorf”, relatou. “Aí as aulas foram canceladas”.

Os estudantes foram mandados para casa, mas muitos voltaram de tarde com velas e aos prantos para lamentar juntos na escola.

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“É o dia mais sombrio da história desta cidade”, disse Klimpel, acrescentando que mesmo assim alguns pais foram de carro ao aeroporto e alguns até a escola. “Estamos em estado de choque. É a pior coisa que se poderia imaginar”.

Aeroporto recebe parentes de vítimas do voo da Germanwings
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Ele informou que a escola ficará aberta na quarta-feira, mas que não haverá aulas normais. “Será uma chance para os alunos conversarem sobre essa coisa horrível que aconteceu”.

A cidade fica cerca de 30 quilômetros ao norte de Dortmund e Gelsenkirchen, sedes de dois grandes times de futebol alemães, e cerca de 50 quilômetros ao norte de Duesseldorf.

A igreja de Sixtus, que fica próxima, e outra igreja local abriram as portas para os estudantes, professores e moradores da região em luto, e bandeiras foram hasteadas a meio mastro na cidade de 37 mil habitantes.

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O prefeito da cidade espanhola de Llinars del Valles, Marti Pujol, disse à Reuters que intercâmbios como este vinham sendo organizados há vários anos com cidades alemãs, inclusive nas regiões de Duesseldorf, Colônia e Hamburgo.

“Todo o vilarejo está arrasado”, comentou Pujol a respeito da comunidade de nove mil habitantes. “As famílias se conheciam... os pais se despediram deles às seis da manhã”.

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