O arcebispo de Dublin, Diarmuid Martin, afirmou neste sábado (23) que o 'sim' do eleitorado irlandês ao casamento homossexual é um exemplo da "revolução social" que o país atravessa "há muito tempo", e reconheceu que a Igreja Católica deve reagir a estas mudanças.
Com a maioria dos votos do referendo realizado na sexta-feira já computados e com a vitória do 'sim' garantida, Martin afirmou que chegou o momento de a hierarquia católica iniciar um processo profundo de debate e "revisão da realidade".
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O líder da arquidiocese de Dublin afirmou que os responsáveis católicos devem encontrar uma "nova linguagem" para propagar mais eficazmente a mensagem da Igreja, sobretudo entre os mais jovens, cujo voto foi fundamental para a aprovação na consulta do casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Com a vitória do 'sim', o casamento entre homossexuais passará a ser reconhecido pelo artigo 41 da Carta Magna, dando proteção constitucional e equiparação ao casamento tradicional.
Durante a campanha, a Igreja Católica, apoiada por um reduzido número de grupos conservadores, anti-aborto, e uma minoria de senadores e deputados, sustentou que o casamento gay atenta contra os valores da família tradicional e modificará radicalmente os processos de adoção e de barriga de aluguel, e ao mesmo tempo acabaria com os direitos das crianças.
A República da Irlanda promulgou em 2010 a lei de Relações Civis que concedia reconhecimento legal aos casais homossexuais, mas não qualificava essas uniões de casamento.