O fundador do site WikiLeaks, Julian Assange, afirmou nesta sexta-feira em Londres que Edward Snowden, responsável pelo vazamento de informações sobre o um programa de espionagem americano, foi proibido de entrar na Grã-Bretanha, porque este país não quer "herdar um novo Assange" e irritar Washington.
O ativista australiano, refugiado há quase um ano na embaixada do Equador em Londres para evitar uma extradição para a Suécia, reagiu dessa forma às informações segundo as quais Londres teria ordenado que as companhias aéreas não transportassem o ex-funcionário da CIA se este tentasse ingressar no país de avião.
O Ministério britânico do Interior se negou a comentar a existência de tais ordens oficiais. "Não comentamos casos individuais", limitou-se a dizer um porta-voz.
A agência de notícias americana AP declarou ter obtido provas escritas na Tailândia sobre esta informação.
"O governo britânico negou a entrada de Snowden em seu território de forma preventiva. E vocês sabem por quê? Sem dúvida porque não quer herdar um novo Assange", declarou o fundador do WikiLeaks a um pequeno grupo de jornalistas.
"Snowden é um herói. Suas revelações são importantes para todo mundo, dada a prática (americana) de vigilância das masas", acrescentou. Segundo ele, "o governo britânico deveria oferecer asilo a Snowden, não excluí-lo (...). Este é outro exemplo de que a justiça está desaparecendo na Grã-Bretanha".