Ativista ucraniano torturado diz ter sido acusado de espionar para os EUA

Bulatóv recebe tratamento em hospital da Lituânia e disse que seus agressores falavam em russo e batiam como 'profissionais'

6 fev 2014 - 13h54
(atualizado às 13h56)
Dmytro Bulatov, que organizou protestos de rua na capital, Kiev, está hospitalizado após ter sido encontrado nos arredores da capital ucraniana
Dmytro Bulatov, que organizou protestos de rua na capital, Kiev, está hospitalizado após ter sido encontrado nos arredores da capital ucraniana
Foto: AFP

O ativista opositor ucraniano Dmytro Bulátov foi submetido a tratamento médico na Lituânia após ser sequestrado e torturado em Kiev, acusado de espionar para os Estados Unidos.

Em entrevista coletiva em Vilnius, capital lituana, Bulátov denunciou ter sido interrogado e agredido brutalmente durante seu cativeiro de oito dias no meio de protestos antigoverno que acontecem desde novembro na Ucrânia.

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Segundo Bulátov, os sequestradores, que cortaram metade de sua orelha, perguntavam sobre suas relações com a embaixada americana e os nomes dos financiadores do movimento opositor Automaidán, do qual é membro.

Os criminosos também teriam o obrigado a confessar para uma câmera que trabalha para a CIA e que tinha recebido US$ 50 mil do embaixador dos EUA.

Bulatóv ficou durante oito dias em cativeiro sendo torturados por homens que o acusaram de espionagem
Foto: Reuters

O ativista acredita que seus torturadores eram das forças especiais da Rússia, porque falavam russo, embora com sotaque, e batiam como 'profissionais'. "Mas quero ressaltar que essa é só minha opinião", acrescentou.

Bulátov relatou que, depois do sequestro, teve insônia, dores de cabeça e também não conseguiu ler durante muito tempo. "Não posso dormir sem calmantes. Tenho pesadelos, lembranças horríveis", confessou. No entanto, disse que está se recuperando e deu as graças aos médicos lituanos que o atendem no hospital.

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O ativista, cujo sequestro foi denunciado em 22 de janeiro, apareceu oito dias mais tarde na cidade de Vishenski, nos arredores da capital ucraniana.

Ele está sendo tratado em hospital na capital da Lituânia e chegou ao local com cortes profundos
Foto: Reuters

Bulátov, que apresentava vários cortes de canivete no rosto e no corpo, foi abandonado pelos sequestradores em uma floresta, e depois conseguiu se comunicar com alguns amigos, que o pegaram de carro e o levaram ao hospital.

A oposição ucraniana denunciou que muitos ativistas do Automaidán, grupo opositor que organiza caravanas de veículos para promover devassas, sofreram ataques, alguns deles tiveram seus carros destruídos e outros foram detidos.

  
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