Atos islamofóbicos na França aumentam 70%

Em um mês foram registrados 153 atos islamofóbicos no país, sendo que 147 ocorreram após denúncia à polícia

11 fev 2015 - 10h56
(atualizado às 12h51)
<p><span style="font-size: 11.5pt; line-height: 115%; font-family: Arial, sans-serif;">O crescimento desses atos antimuçulmanos no último mês é superior ao aumento de 10,6% entre 2013 e 2014, quando houve 764 casos </span></p>
O crescimento desses atos antimuçulmanos no último mês é superior ao aumento de 10,6% entre 2013 e 2014, quando houve 764 casos
Foto: Regis Duvignau / Reuters

Os atos islamofóbicos na França aumentaram 70% após o atentado terrorista há um mês contra a revista satírica "Charlie Hebdo", segundo um relatório publicado nesta quarta-feira pelo Coletivo contra a Islamofobia na França (CCIF).

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Entre 7 de janeiro e o mesmo período de fevereiro deste ano, foram registrados 153 atos islamofóbicos em território francês, dos quais 147 ocorreram após denúncias perante a polícia, diz o coletivo em comunicado.

Só em ataques contra mesquitas ou lugares de culto, foram contabilizados 33 casos nesse período, ou seja, mais que em todo ano de 2014.

"A situação desde os atentados não é mais do que o espelho aumentado que ocorria antes. São registrados os mesmos tipos de atos, mas de forma mais violenta e mais frequente", disse o CCIF.

O crescimento desses atos antimuçulmanos no último mês é superior ao aumento de 10,6% entre 2013 e 2014, quando houve 764 casos islamofóbicos na França, sempre segundo essa organização.

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O dado difere do que foi publicado recentemente pelo Observatório Nacional contra a Islamofobia, que engloba o Ministério do Interior e o Conselho Francês do Culto Muçulmano, que cifrou esse tipo de atos em 133 em 2014, uma queda de 41,1%.

Segundo o CCIF, essa diferença ocorre porque sua apuração leva em conta todos os atos antimuçulmanos, e não só aqueles que tenham sido denunciados perante as autoridades.

Concretamente, o cálculo do CCIF é fixado nos casos de islamofobia acusados por agentes públicos, como policiais ou professores, pois "71,6% das discriminações ocorrem nas instituições, o que indica que é um fenômeno estrutural”, denuncia o coletivo.

O registro de atos islamofóbicos foi divulgado depois que o Conselho Representativo das Instituições Judaicas da França (CRIF) publicou no final de janeiro que em 2014 houve na França 851 atos antissemitas, mais do que o dobro que um ano antes.

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