Enquanto a polícia belga trabalha para esclarecer o mais rápido possível o atentado a tiros que matou duas mulheres e um homem nas proximidades do Museu Judaico da capital Bruxelas, neste sábado, o Ministério israelense do Exterior reforça as suspeitas de motivação antissemita. Segundo o órgão, duas das vítimas seriam turistas de Israel. A imprensa nacional afirmou tratar-se de um homem e uma mulher de Tel Aviv.
Testemunhas oculares relataram que, na tarde de sábado, um homem portando mochila entrou no museu, disparou em torno de si e fugiu a pé. A Promotoria Pública de Bruxelas confirmou a detenção de uma pessoa, porém como testemunha, e não como suspeita, como fora noticiado anteriormente.
O ministro do Exterior belga, Didier Reynders, se manifestou "chocado" diante dos assassinatos do Museu Judaico. "Estou pensando nas vítimas que vi lá e nas famílias delas", comentou pelo Twitter.
O primeiro-ministro Elio Di Rupo expressou em comunicado oficial seu apoio à comunidade judaica. "Nosso país e todos os belgas, não importa qual idioma, origem ou fé possam ter, estamos solidários e unidos diante desse ataque a uma instituição cultural israelita."
Suposições e certezas de antissemitismo
Indagada por jornalistas sobre a possibilidade de um atentado antissemita, a ministra belga do Interior, Joëlle Milquet, admitiu que "há uma forte suposição", ressalvando que cabe aos investigadores confirmá-la ou não. Ela anunciou que seriam reforçadas as medidas de segurança para todas as instituições judaicas da Bélgica. Neste domingo realizam-se no país as eleições para o Parlamento Europeu.
O chefe de governo de Israel, Benjamin Netanyahu, se disse convencido que o atentado é atribuível a um clima antissemítico na Europa. "Esse ato assassino é o resultado de uma campanha constante contra os judeus e o seu Estado", declarou em Jerusalém. Segundo o político conservador, estariam sendo disseminadas no continente europeu "difamações e mentiras" contra o Estado israelense.
O Congresso Judaico Mundial (CJM), sediado em Nova York, referiu-se a um "abominável ato terrorista", o qual, de acordo com seu presidente, Ronald Lauder, teria claramente se dirigido contra os judeus.
Através de Catherine Ashton, sua alta representante para política externa, a União Europeia igualmente condenou o triplo assassinato, declarando solidariedade com as autoridades da Bélgica e a comunidade judaica.