Avião de Morales é forçado a pousar na Áustria por suspeita de levar Snowden

2 jul 2013 - 18h58
(atualizado em 4/12/2013 às 15h25)
Avião de Evo Morales aguarda na pista do Aeroporto Internacional de Viena
Avião de Evo Morales aguarda na pista do Aeroporto Internacional de Viena
Foto: AFP

O avião que leva o presidente da Bolívia, Evo Morales, fez uma aterrissagem de emergência na Áustria após partir de Moscou, de acordo com a Russian TV. O pouso não programado foi feito após França, Portugal e Itália revogarem as permissões de aterrissagem e sobrevoo por seus territórios. 

A televisão russa especulou que o ex-consultor da CIA Edward Snowden poderia estar a bordo do avião presidencial. A RTP (Rádio e Televisão de Portugal) diz que o voo foi proibido de pousar em território português porque Snowden estaria a bordo a caminho da Bolívia.

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O governo boliviano, através do Ministério das Relações Exteriores, negou que o americano esteja a bordo e disse que a decisão de Portugal e França foi devido à “soberana mentira”. Mais tarde, o governo da Áustria confirmou que o ex-consultor da CIA não estava no avião. 

O chanceler da Bolívia, David Choquehuanca, afirmou que Portugal e França colocaram a vida do presidente Morales em risco. "Queremos expressar nosso incômodo e mal-estar, porque pôs a vida do presidente em risco", disse em entrevista coletiva em La Paz.

Morales retornava à Bolívia no avião presidencial, procedente de Moscou, onde assistiu a uma cúpula de países produtores de gás natural e se reuniu com seu colega russo Vladimir Putin. O mandatário boliviano tinha que fazer uma escala técnica em Portugal, mas Lisboa "inexplicavelmente nos comunicou que havia cancelado a autorização de sobrevoo e aterrissagem", indicou Choquehuanca.

Com essa medida, explicou que "um novo plano de voo foi elaborado para que o presidente" aterrissasse na Espanha, depois da autorização desse país para que a aeronave "fosse reabastecida nas Ilhas Canárias". Mas quando Morales "estava no ar, a França nos comunicou que a autorização de sobrevoo por território francês havia sido cancelada".

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Ele ressaltou que a medida, ao que parece, se deveu ao "rumor" de que na aeronave do mandatário estava o informante americano Edward Snowden, que é requerido pelos Estados Unidos depois de ter revelado programas de espionagem do governo americano. "É uma informação que estava circulando, uma informação mal-intencionada para prejudicar o país (...) é uma grande mentira", insistiu.

O chanceler do Equador, Ricardo Patiño, afirmou que as decisões de Lisboa e Paris foram uma "tremenda ofensa" ao presidente Evo Morales. Patiño disse que pedirá uma "reunião extraordinária" de ministros das Relações Exteriores da União Sul-Americana de Nações (Unasul) para analisar o incidente com Morales e as denúncias de Snowden.

"Não é possível suspeitar que no avião de Morales viajasse o senhor Snowden, e tiveram o atrevimento de negar a um presidente de uma república sul-americana a passagem por seu espaço aéreo. Isto me parece uma tremenda ofensa". "Daqui enviamos nossa solidariedade ao presidente Morales e a rejeição do que ocorreu com ele".

Na noite desta terça-feira, o avião de Morales pousou no Aeroporto de Viena "sem Edward Snowden" a bordo, informou um funcionário do ministério austríaco das Relações Exteriores. "O presidente Morales partirá na madrugada desta quarta-feira para La Paz", revelou Alexander Schallenberg.

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Fonte: Terra
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