O Ministério do Interior de Belarus informou que 633 pessoas foram detidas durante os protestos registrados no país neste domingo (06) contra o governo do presidente Aleksandr Lukashenko.
Segundo o relatório divulgado nesta segunda-feira (07), cerca de 31 mil pessoas participaram das manifestações - mas os organizadores e observadores independentes dizem que mais de 100 mil foram às ruas só em Minsk para protestar contra a quinta reeleição de Lukashenko.
No entanto, o portal independente "Tut.by" informou que uma das principais líderes da oposição, Maria Kolesnikova, teria sido "raptada" por homens encapuzados em uma van identificada apenas pela palavra "comunicação".
O site usa o testemunho de uma pessoa que viu a ação próxima ao Museu de Arte Nacional. No entanto, o porta-voz do Conselho de Coordenação da Oposição, Anton Rodnenkov, não confirmou a informação, mas disse que Kolesnikova estava sozinha no centro da cidade para resolver assuntos pessoais.
Já um outro líder oposicionista, Pavel Latushko, informou que está sendo obrigado a deixar Belarus após "receber um ultimato" do serviço secreto. "Ou eu permanecia no país e responderia a um processo penal ou deixava Belarus", ressaltou.
Desde o dia 8 de agosto, Belarus vive manifestações diárias contra o presidente, considerado como o "último ditador da Europa" e que está no poder desde 1994. Os manifestantes - assim como a União Europeia e os Estados Unidos - consideram que as eleições foram fraudadas.
Lukashenko, no entanto, conta com dois aliados políticos de peso: a Rússia, que já deixou pronta, inclusive, uma "unidade de reserva" militar para possível ajuda, e a China. .