O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, informou nesta segunda-feira que na próxima quarta (13), deixará seu cargo e cederá o posto à ministra de Interior britânica, Theresa May.
Em declaração na frente da residência oficial de Downing Street, Cameron disse que depois de amanhã presidirá a última sessão de perguntas ao primeiro-ministro no Parlamento, antes de comparecer ao Palácio de Buckingham para apresentar sua renúncia à rainha Elizabeth 2ª.
Cameron comunicou os próximos passos após May se manter como única candidata à liderança do Partido Conservador e ao cargo, após a retirada da única rival, a deputada Andrea Leadsom.
O ainda primeiro-ministro admitiu se sentir "encantado" de ter May como sucessora e classificou a ministra de Interior como uma profissional "forte", "competente" e "mais que capaz" para liderar o governo.
Também confessou estar satisfeito que o Partido Conservador não continue com um longo processo eleitoral para escolher o novo líder, após Leadsom, secretária de Estado de Energia e que apoiou a saída do Reino Unido da UE, optar pela desistência.
Cameron, que em 24 de junho comunicou a intenção de renunciar pelo triunfo do "Brexit" (a saída da UE), acrescentou que na terça-feira presidirá sua última reunião do governo.
May e Leadsom tinham restado como únicas candidatas após as eliminações em votação interna dos outros candidatos, o ministro da Justiça, Michael Gove, e o ex-titular de Defesa Michael Fox, e a saída do ministro de Trabalho e Previdência, Stephen Crabb.
As duas candidatas seriam submetidas a uma votação dos filiados à formação e o anúncio da vencedora estava programado para o dia 9 de setembro.
A próxima primeira-ministra terá a difícil tarefa de decidir quando invocar o artigo 50 do Tratado de Lisboa, que estabelece o processo de negociação de dois anos sobre os termos da saída do Reino Unido da UE.
Nesta quarta-feira, May se tornará a segunda mulher a liderar o governo do Reino Unido após Margaret Thatcher sair do poder em 1990, após 11 anos de gestão.