A Justiça italiana divulgou nesta segunda-feira (13) as motivações dos juízes que levaram à condenação do capitão do navio Costa Concordia, Francesco Schettino. No documento, os magistrados afirmaram que o comandante agiu como um "ator" durante as comunicações sobre o acidente.
Segundo os juízes, na conversa que teve com o então capitão da Guarda Costeira italiana, Gregorio De Falco, Schettino "improvisava, contando um filme que ocorria apenas em sua imaginação" tratando De Falco como um "duelista na improvisação". O chefe da Guarda ficou mundialmente conhecido pela célebre frase "Vado a bordo, cazzo", gritada contra o capitão enquanto ele era um dos primeiros a abandonar a embarcação.
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Para a Justiça italiana, a atitude do líder do navio foi a responsável pela morte das 32 pessoas que estavam a bordo. "As mortes não teriam ocorrido se o então comandante Francesco Schettino tivesse gerido a emergência com perícia e zelo", escreveram os magistrados.
O documento ainda mostra que, através das provas apresentadas, o capitão "sabia que havia outras pessoas no navio" e que apenas se preocupou em "ficar a salvo, sem intenção de voltar" à embarcação.
No dia 12 de fevereiro deste ano, Schettino foi condenado a 16 anos e um mês de prisão por homicídio, naufrágio e abandono no acidente com o Costa Concordia, ocorrido no dia 13 de janeiro de 2012, na Ilha de Giglio, na Itália. Além disso, ele foi condenado a pagar todos os custos processuais e a ficar cinco anos sem poder atuar como capitão de qualquer navio.