A ministra espanhola da Saúde, Ana Mato, envolvida no caso de corrupção que afeta o Partido Popular, no poder, anunciou nesta quarta-feira sua demissão.
"Decidi apresentar minha demissão como ministra da Saúde, Serviços Sociais e Igualdade. Não quero, sob qualquer conceito, que minha permanência neste cargo possa ser utilizada para prejudicar o governo, seu presidente (Mariano Rajoy) ou o Partido Popular".
Mato afirma que tomou a decisão "após a publicação do parecer do juiz Pablo Ruz", que implica 43 pessoas, entre elas altos dirigentes do PP, no caso Gürtel.
Ruz considera ainda o conjunto do PP como "beneficiário" da rede acusada de subornar dirigentes municipais e regionais para a obtenção de contratos públicos.
Entre os 43 indiciados estão três ex-tesoureiros do Partido Popular: Luis Bárcenas, Álvaro Lapuerta e Ángel Sanchís.
Ana Mato não foi indiciada, mas o juiz a considerou "beneficiária" dos supostos crimes cometidos por Jesús Sepúlveda, seu ex-marido e ex-prefeito de Pozuelo de Alarcón, na região de Madri.
A oposição exigia a demissão da ministra, muito criticada em outubro por sua gestão da crise envolvendo uma auxiliar de enfermagem com ebola, no primeiro caso do vírus fora da África.
A demissão é a primeira no governo conservador vinculada à corrupção, no momento em que o Executivo se compromete a combater o fenômeno, que se converteu em uma das principais preocupações dos espanhóis.