O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi saiu nesta quinta-feira (11) em defesa da atriz francesa Catherine Deneuve, uma das 100 signatárias de um manifesto que critica as campanhas de incentivo a denúncias de assédio sexual.
"Catherine Deneuve disse coisas santas", afirmou o ex-chefe de governo, que foi absolvido em um processo por prostituição de menores, mas é réu por suspeita de ter corrompido garotas de programa para elas mentirem em seu benefício nos tribunais.
A declaração foi dada em entrevista ao programa "Porta a Porta", um dos mais populares talk shows políticos da Itália. "É natural que as mulheres fiquem contentes quando um homem as corteja. Comigo, são sempre as mulheres que me cantam. Me parece natural, não é uma ofensa cortejar, desde que se mantenha a elegância", acrescentou.
Primeiro-ministro em três períodos que totalizam quase 10 anos, Berlusconi se notabilizou pelo estilo mulherengo e pelas noitadas que promovia em suas mansões. Em 2003, durante visita a Nova York, disse que a Itália era um bom país para se investir por ter "secretárias muito bonitas".
O manifesto liderado por Deneuve é uma reação ao movimento #metoo ("Eu também", em tradução livre), que incentiva mulheres a denunciarem casos de violência e assédio sexual. Segundo o documento, publicado pelo jornal francês "Le Monde", há um "novo puritanismo" no mundo, e as denúncias "perderam o controle".
As signatárias ainda afirmam que não se sentem representadas pelo feminismo atual, pois o movimento ganhou uma "face de ódio aos homens". Além disso, alegam que tentar seduzir alguém "não é crime" e que os homens devem ser "livres para abordar mulheres".