Cerca de 1 milhão de catalães se reuniram no centro de Barcelona nesta segunda-feira portando bandeiras com listras vermelhas e amarelas e batendo tambores para demonstrar apoio à independência da Catalunha, depois que o governo central de Madri agiu para impedir um referendo já planejado a respeito da separação da região da Espanha.
O dia 11 de setembro marca o 'Diada', o dia nacional da Catalunha, que comemora a queda de Barcelona diante da Espanha em 1714 e tradicionalmente é usado pelos ativistas pró-independência para pedir a independência da região do nordeste espanhol, que tem até sua própria língua.
Mas o evento deste ano tem um significado particular como demonstração de força do movimento separatista apenas três semanas antes de um referendo sobre a questão, que Madri declarou ser ilegal e tomou medidas para impedir nos tribunais.
Os manifestantes subiram nos ombros uns dos outros para formar torres humanas, uma tradição catalã, enquanto outros levavam faixas dizendo "Seremos um país livre!" e "Cheios de esperança", usando camisetas amarelas fluorescentes com a palavra "Sim".
Os manifestantes disseram torcer para que a votação aconteça tal como planejada em 1º de outubro.
"Esperamos conseguir realizar o referendo com normalidade total, porque em uma democracia é normal poder votar", disse German Freixas, um engenheiro de 42 anos que compareceu à manifestação acompanhado pela família.
"Se o povo quer que aconteça, irá adiante".
A polícia informou no Twitter que cerca de 1 milhão de pessoas participaram da manifestação, o que representa um dos maiores públicos nos últimos anos.
Na quinta-feira, o Tribunal Constitucional da Espanha suspendeu o plebiscito em resposta a uma contestação legal do primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy. Desde então a polícia fez buscas em redações de jornais e gráficas em busca de sinais de preparativos para o referendo.
O chefe do governo regional da Catalunha, Carles Puigdemont, disse a jornalistas nesta segunda-feira que a consulta popular será feita a qualquer preço. "Não é uma opção o referendo não ir adiante", afirmou. "Será em vinte dias, e já superamos muitos obstáculos".
Pesquisas mostraram que o apoio à separação diminuiu nos últimos anos e que uma minoria quer um Estado separado, mas a maioria dos catalães quer ter a oportunidade de votar sobre a questão.