Os chefes da máfia italiana, antes acostumados ao silêncio e à discrição, agora preferem se exibir e ostentar nas redes sociais, de acordo com informações do jornal El País. Investigações encontraram perfis de criminosos nas redes sociais Facebook, Twitter e Instagram, com nomes falsos, mas sem esconder fotos e postagens.
Entre as publicações na internet, foram encontradas ordens para venda de drogas e ameaças a quem não pagar uma taxa que as máfias exigem dos revendedores.
Um exemplo da nova máfia italiana é Domenico Palazzotto, cerca de 30 anos, que publica vídeos de suas atividades. No dia 15 de março, citou um versículo do Evangelho de Matheus – “Bem-aventurados aqueles que foram perseguidos por causa da justiça, pois deles é o reino dos céus” -, dizendo se tratar de seu lema e da doutrina dos novos chefes sicilianos. A mensagem foi interpretada como uma homenagem a um antigo chefe da máfia que os investigadores procuram há décadas.
Palazzotto tem o costume de se fotografar em Limusines bebendo champanhe e em barcos de luxo, com outros membros da máfia.
“Nas mãos dos jovens, a nova máfia não é menos perigosa do que a anterior por ser mais visível”, diz o jornalista Piero Messina, que fez uma investigação sobre o caso. “Os chefes vivem de extorsão, tráfico de drogas, caça-níqueis e cassinos. Controlam territórios com ameaças e armas, como seus pais e avós (faziam)”.
Em casa, após voltar de uma convocação à delegacia, Palazzotto postou: "Entre o dizer e o fazer, no meio, está o mar. São e serão uns pobrezinhos... com um punho de mosquitos na mão...hahaha, estes cubos de m...”.
Um aspirante a mafioso comentou no seu perfil: "Como faço para entrar? Mando currículo?". Segundo Palazzotto, é preciso avaliar os antecedentes criminais. "Os que estão limpos, não contratamos”, respondeu no post.