A correspondente da rede CNN na Crimeia, na Ucrânia, Anna Coren, denunciou nesta quinta-feira que os responsáveis de seu hotel, utilizado pela emissora americana como base para as transmissões sobre a crise nesse país, a obrigaram a interromper suas atividades sob ameaça de expulsão do recinto.
"Realmente é muito estranho, há algumas horas o diretor do nosso hotel nos disse que tínhamos que interromper as transmissões e desmontar nosso equipamento, caso contrário nos expulsariam. Perguntamos o motivo, mas não nos disseram. É muito incomum, basicamente nos disseram que parássemos de gravar ou nos expulsariam", explicou a correspondente por telefone aos estúdios da CNN nos EUA.
A jornalista comentou, além disso, que ela e sua equipe têm o "pressentimento" de que os diretores do hotel receberam "pressões da milícia local ou do novo governo da Crimeia do qual se sabe que é pró-russo".
Além disso, a correspondente relatou que quando algumas pessoas na Crimeia descobrem que eles são uma equipe da CNN, uma emissora americana conhecida no mundo todo, detectam "um alto grau de hostilidade". O presidente americano, Barack Obama, disse hoje por telefone ao seu colega russo, Vladimir Putin, quais serão as sanções decididas por seu governo como resposta à intervenção militar russa na Crimeia.
Além disso, Obama insistiu que ainda existe "um caminho para solucionar" a crise na Ucrânia por vias "diplomáticas", informou a Casa Branca em comunicado. A conversa aconteceu depois que Obama pronunciou uma breve declaração na manhã de hoje na qual rejeitou, por considerar "ilegal", o referendo que os responsáveis pró-russos na península da Crimeia preveem realizar na região autônoma para ratificar sua adesão à Federação Russa.