Uma cratera que cresce sem parar há duas semanas e já tem dimensões de 50 metros de largura e 30 de profundidade engoliu uma lagoa de 20 metros de diâmetro em uma cidade do noroeste da Bósnia.
O pequeno lago desapareceu ao longo da madrugada do dia de 16 de novembro quando um buraco se abriu e arrastou dois salgueiros de 13 metros de altura, rompendo a principal linha de abastecimento de água da cidade de Sanica, informou o site de notícias locais cazin.net.
O buraco cresce desde então entre três e quatro metros por dia, enquanto os moradores assustados esperam a chegada de especialistas da Faculdade de Mineração de Tuzla para dar uma explicação sobre o caso.
Alguns especialistas consideram que a depressão cresce devido à atividade das águas subterrâneas e as mudanças tectônicas no subsolo, que causam a abertura de crateras na superfície. Este é o terceiro buraco de grandes dimensões que surge desde 2008 na cidade, situada em uma região de terreno cárstico e rico em águas.
O diretor do Instituto Federal de Geologia, Hazim Hrvatovic, explicou em entrevista à imprensa do país que o desaparecimento da lagoa não é único, embora não seja algo que acontece com frequência. "Isso é característico de terrenos formados de caliça e gesso e sabe-se que esta área é assim", disse Hrvatovic.
Enquanto os cientistas debatem sobre a origem da cratera, entre os moradores de Sanica comentam-se histórias diferentes para explicar o surgimento deste "abez", uma velha palavra que em bósnio significa buraco na terra. Entre as lendas que explicam o buraco, uma delas conta que o homem responsável pela manutenção da lagoa disse pouco antes de morrer, no mês passado, que o lago morreria com ele.
Explicações à parte, a cratera causa sérios problemas aos moradores que vivem nas proximidades, que viram seus porões começarem a inundar e foram invadidos por lama. Além disso, a queda contínua das paredes do buraco já começou a destruir campos adjacentes.
Devido à chuva e neve que caíram nos últimos dois dias, o nível de água na cratera cresceu cerca de dois metros e na superfície flutuam peixes mortos.