Crianças vão ao Vaticano entrevistar papa sobre a paz

Perguntas arrancaram sorrisos e despertaram comoção

11 mai 2015 - 10h20
(atualizado às 11h03)
Papa Francisco durante audiência no Vaticano
Papa Francisco durante audiência no Vaticano
Foto: Max Rossi / Reuters

O papa Francisco participou nesta segunda-feira de um encontro com mais de 7 mil crianças no Vaticano e se submeteu as perguntas que elas fizeram sobre a paz, o sofrimento e sobre suas necessidades pessoais de ter tranquilidade com tanta atividade.

"Eu brigo sempre com a minha irmã. Você brigou alguma vez com a sua família?", "O que faço se não querem fazer as pazes comigo?". Essas foram algumas das perguntas que os jovens fizeram hoje ao papa e que lhe arrancaram sorrisos. Mas outras comoveram os presentes como: "Por que os poderosos não ajudam os países pobres?" ou "Por que nasci doente?".

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O evento era para apresentar a iniciativa "Fábrica da paz", lançada na sede da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO), em Roma, para mobilizar escolas, movimentos e organizações na construção da paz.

Na Sala Paulo VI, o auditório onde são realizados grandes atos do Vaticano, hoje repleta de meninos e meninas, Francisco escutou atentamente as perguntas e depois respondeu uma a uma, esquecendo o discurso que tinha preparado.

"Levante a mão quem nunca brigou (com um parente)!", perguntou o papa as crianças.

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Francisco confessou aos pequenos que ele também às vezes se "aquece" um pouco e briga com alguém, mas que isto é "humano" e que o importante é: "Não terminar o dia sem ter feito as pazes com a pessoa com quem brigamos".

Ele também explicou que se alguém não quer fazer as pazes conosco, "é preciso respeitar", mas nunca "vingar-se".

Raúl Castro e Papa Francisco se encontram no Vaticano
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A maioria das perguntas foi sobre a paz. "Me explica o que é a paz?", questionou uma criança.

"A paz é, antes de tudo, o não as guerras, mas também o sim a alegria e a amizade entre todos e que se dê um passo adiante para que se alcance a Justiça, para que não haja crianças famintas, doentes e que tenham a possibilidade de conseguir a cura para suas enfermidades", respondeu o pontífice.

Utilizando uma linguagem simples, quase infantil, ele lembrou que "a paz é como um trabalho".

"A paz verdadeira é trabalhar para que todos tenham a solução de seus problemas em sua terra, em sua família, em sua sociedade", destacou.

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E explicou: "A paz não é um produto industrial, é um produto artesanal que se constrói a cada dia com nosso trabalho, nossa vida, amor e proximidade".

Francisco também respondeu a uma menina de família de imigrantes que lhe interrogou sobre o porquê os países mais ricos não ajudam aos mais pobres.

"Porque há poderosos que vivem da guerra", respondeu taxativo o papa, que criticou quem vive "construindo e vendendo armas" formando "a indústria da morte".

O papa falou sobre as detenções de menores de idade que, para ele, são "apenas uma solução fácil" e que o que é preciso é "perdoar o que alguém fez e ajudar a levantar-se e na reinserção na sociedade".

A um dos pequenos que perguntou sobre se não ele gostaria ter um pouco sossego, Francisco respondeu: "Estar com as pessoas é belo, cansa um pouco, sobretudo a mim que não sou jovenzinho, mas é belo", assegurou.

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