Dinamarca: judeus rejeitam convite para imigrar para Israel

A chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, garantiram que os judeus "têm seu lugar na Europa"

16 fev 2015 - 11h49
(atualizado às 13h56)
Dinamarqueses colocam flores em frente à sinagoga atacada por um atirador em Copenhague
Dinamarqueses colocam flores em frente à sinagoga atacada por um atirador em Copenhague
Foto: Michael Probst / AP

Os judeus da Dinamarca agradeceram ao convite do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, mas rejeitaram a oferta de imigrar para Israel, depois do ataque a uma sinagoga no fim de semana em Copenhague.

"Estamos muito agradecidos pela amabilidade do senhor Netanyahu, mas, dito isto, somos dinamarqueses - somos judeus dinamarqueses - e não é o terror que nos fará ir para Israel", declarou à AFP Jeppe Juhl, porta-voz da comunidade judia da Dinamarca.

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No domingo, Netanyahu pediu aos judeus europeus que imigrem para Israel depois do atentado contra a principal sinagoga de Copenhague que deixou um morto.

"Novamente um judeu europeu perdeu a vida por ser judeu e este tipo de atentado se repetirá", advertiu Netanyahu.

Ele assegurou que seu país está "preparado para acolher uma imigração em massa procedente da Europa".

Um jovem judeu perdeu a vida no lado de fora da sinagoga de Krystalgade, a mais importante da idade de Copenhague, vítima do mesmo homem que mais cedo havia atacado um centro cultural onde era realizado um debate sobre Islã e liberdade de expressão, matando outro homem.

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Judeus na Alemanha e França

A chanceler alemã Angela Merkel afirmou nesta segunda-feira que está feliz e agradecida porque judeus podem viver na Alemanha, depois dos atentados de Copenhague dirigidos contra esta comunidade, e a profanação de um cemitério judeu na França.

Policiais e peritos analisam túmulos violados em um cemitério judeu na França
Foto: Christian Lutz / AP

A comunidade judia, quase aniquilada pelo Holocausto nazista, está em plena expansão desde a unificação alemã, no início dos anos 90, e conta hoje com mais de 100.000 membros.

Depois da queda do Muro de Berlim, a Alemanha abriu as portas para os judeus procedentes das antigas repúblicas soviéticas, onde sofriam fortes discriminações, e lhes concedeu automaticamente a nacionalidade alemã.

O presidente francês François Hollande, por sua vez, afirmou que os judeus têm seu lugar na Europa e, particularmente, na França, em resposta ao primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, que pediu que os judeus europeus imigrem para Israel.

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"Não deixarei que palavras pronunciadas em Israel deixem pensar que os judeus não têm seu lugar na Europa e na França", afirmou.

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