A líder do partido de extrema direita francês Frente Nacional (FN), Marine Le Pen, pediu neste domingo a dissolução da Assembleia Nacional e a convocação de novas eleições legislativas por causa do grande distanciamento entre o povo e o Executivo.
Em entrevista publicada hoje pelo jornal "Journal do Dimanche", Le Pen acusa o presidente François Hollande de continuar "pela ladeira que o (ex-presidente) Nicolas Sarkozy conduziu o país, levando à derrubada econômica e social".
"Já não há presidente na França", critica, antes de garantir que não teme nem candidatos conservadores ou socialistas nas futuras eleições presidenciais, afirmando que qualquer um deles defenderia a União Europeia no pleito.
A política nacionalista - que aparece como favorita para avançar a um eventual segundo turno na França - prevê o rompimento com o "extremismo ultraliberal" recuperando a moeda nacional, privilegiando as empresas francesas e elevando os impostos de importação contra a concorrência desleal.
Segundo Le Pen, o desemprego é o problema central da França, agravado pela grande presença de imigrantes no país.
"A globalização e o islamismo são os dois grandes totalitarismos do século XXI", diz a líder da FN, defendendo a luta contra essas duas questões.
Dentro da FN existe o debate sobre uma possível mudança de nome do partido, mas Le Pen descarta que essa seja uma estratégia para acabar com a demonização do grupo político. A alteração seria para contemplar novos objetivos.
Além disso, ela nega que seu pai e fundador da FN, Jean Marie Le Pan, faça oposição interna contra ela, já que ambos compartilham das mesmas ideias de identidade, liberdade e soberania francesa.
Uma pesquisa publicada hoje pelo mesmo jornal mostra que os franceses consideram Le Pen como a principal oposicionista da direita, com 60% das intenções de voto, muito à frente de Sarkozy, escolhido por 24% dos entrevistados.