Um tribunal da cidade de Mold, no Reino Unido, condenou nesta segunda-feira John Allen, responsável por um abrigo para menores, à prisão perpétua por ter cometido dezenas de abusos sexuais nesse centro entre 1968 e 1991.
Allen, de 73 anos, deverá esperar pelo menos 11 anos para ter direito ao pedido de revisão de pena após ser considerado culpado de abusar sexualmente de 18 crianças e uma menina, com idades que variavam entre sete e 15 anos.
Na leitura da sentença, o juiz Peter Openshaw ressaltou a "gravidade dos crimes cometidos contra tantas vítimas", assim como a "angústia e a miséria" que Allen provocou às crianças que abusou.
O magistrado relatou como o abrigo administrado por Allen chegou a ter 120 menores de 14 municípios britânicos. As denúncias de abusos sexuais vieram de pessoas que naquele momento viviam em ambientes familiares "disfuncionais e caóticos", e por isso necessitavam de proteção.
Em lugar de encontrar segurança, se viam imersos em um regime de violência e intimidação, governado por um "homem poderoso que atuava como se fosse Deus", relatou uma das vítimas.
Após a sentença, a organização britânica em favor dos direitos infantis Sociedade Nacional para a Prevenção da Crueldade Contra as Crianças comemorou a condenação de Allen.
"Seu reino de terror durante um obscuro período de várias décadas o põe no topo na escala de pedófilos mais prolíficos dos últimos tempos", disse um porta-voz dessa organização.
