Longe de alcançar a primeira posição na corrida presidencial da Ucrânia, o ex-ministro da Defesa, Anatoly Gritsenko, de 56 anos, está tecnicamente empatado com Sergei Tigipko nas pesquisas de intenções de voto, ocupando o terceiro lugar no ranking. Segundo os levantamentos mais recentes, 6,5% dos eleitores pretendem votar em Gritsenko nas eleições presidenciais, que acontecem no próximo dia 25.
Mesmo que a porcentagem seja baixa, já representa um avanço perto do resultado alcançado em sua última candidatura à presidência, em 2010. Na época, o político ucraniano recebeu apenas 1,2% dos votos no primeiro turno. Além disso, no segundo turno, ele não apoiou nenhum dos dois candidatos - Yanukovych ou Timoshenko.
Líder da oposição, o ex-ministro apoiou as manifestações contra o governo de Yanukovych no final do ano passado e fez parte do grupo que não acreditava em um diálogo com o presidente.
No início do ano, Gritsenko ganhou certa popularidade ao defender abertamente o retorno das negociações com a União Europeia, a renúncia do governo e a anulação das leis de repressão aos protestos que assolaram o país.
Divorciado e pai de cinco filhos, o candidato concorre sem o apoio de nenhum partido às eleições de 2014, mas não representa ameaça aos demais. Apesar de estar tecnicamente empatado com Tigipko, os eleitores de Gritsenko não são os mesmos do ex-ministro da Economia.
Quem pode ser prejudicada com a presença do ex-ministro da Defesa nessas eleições é Yulia Timoshenko. Também candidata da oposição, a "princesa do gás" disputa o eleitorado pró-europeu com Gritsenko.
Se vencesse o pleito, Gritsenko provavelmente tentaria aproximar o país da União Europeia rapidamente e os conflitos com a Rússia seriam acirrados.