O primeiro-ministro da Turquia nos últimos 12 anos, Recep Tayyip Erdogan, assume nesta quinta-feira a presidência do país com o objetivo de impulsionar a criação de uma "nova Turquia".
Ele terá um mandato de cinco anos, e tomará posse na presença de mais de 80 dirigentes de países estrangeiros e de organizações internacionais.
Erdogan fará o juramento de seu novo cargo às 8h20 (horário de Brasília) em Ancara, marcando uma nova etapa de seu projeto de mudança política no país, que inclui como prioridade uma nova Constituição.
Chefe de governo desde 2003, Erdogan, de 60 anos, venceu no dia 10 de agosto, por maioria absoluta, as primeiras eleições presidenciais por sufrágio universal direto na Turquia e torna-se o nono chefe de Estado eleito da história do país, sucedendo a Abdullah Gul.
Na noite em que foi eleito, o governante transmitiu, no discurso de vitória, mensagem de unidade. Disse que quer inaugurar nova era no país e ser o presidente dos 77 milhões de turcos, por meio de “um novo processo de reconciliação social”, em que todos os cidadãos, independentemente da origem ou credo, serão iguais, e “os conflitos do passado” serão deixados para trás.
Erdogan, de 60 anos, se despediu ontem de seu cargo de líder do governo pelo partido islamita da Justiça e Desenvolvimento (AKP) devido à neutralidade exigida por lei ao chefe do Estado, mas deixou claro que abandonar a afiliação partidária não significava renunciar aos seus ideais.
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O próximo presidente reiterou que tem a intenção de exercer uma presidência ativa, apesar do cargo de chefe de Estado ser em grande parte cerimonial e seus antecessores terem buscado sempre um perfil institucional.
"Hoje é o nascimento da nova Turquia. A nova Turquia significa uma nova política, uma nova sociologia, uma nova economia", declarou ontem para milhares de seguidores no congresso do AKP.
Entre os convidados à cerimônia em que Erdogan receberá o cargo confirmaram presença o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, e os chefes de Estado da Bulgária, da Macedônia, da Albânia e da Etiópia, entre outros.
Mas a ausência de líderes de primeira linha de países ocidentais. Representará os Estados Unidos o encarregado de negócios da Embaixada de Ancara, uma perfil muito baixo que mostra o esfriamento das relações entre Washington e Ancara.
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Nem o líder da maior formação opositora turca, o Partido Republicano do Povo (CHP), Kemal Kilicdaroglu, irá à cerimônia.
Após um jantar no palácio presidencial que Erdogan oferecerá aos convidados, o novo presidente encarregará o até agora ministro das Relações Exteriores, Ahmet Davutoglu, de 55 anos, de formar o governo, e pretende apresentar o novo gabinete amanhã.
Quase todos os analistas concordam que Erdogan dominará os trabalhos de governo desde o palácio presidencial de Cankaya, e que Davutoglu, um de seus mais leais colaboradores, não se oporá a suas ambições.
"Esta não é uma mudança de missão, é só uma mudança de nomes", declarou ontem Erdogan em Ancara para seus partidários.
Erdogan disse aspirar a um sistema presidencialista com amplos poderes para o chefe de Estado, o que só pode conseguir com mudanças constitucionais que exigem dois terços de apoio parlamentar, por enquanto fora do alcance da maioria absoluta do AKP.
Com informações da EFE e Agência Brasil.
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Outubro de 2012 - o governo de Ankara proíbe uma marcha planejada para o Dia da República, sob a alegação de que serviços de segurança do Estado receberam a informação de que grupos pretendiam causar tumultos. Ainda assim, milhares de pessoas, incluindo o líder do maior partido da oposição, desconsideram a ordem e desafiaram os policiais, que reagiram com lançamento de jatos d'água
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Fevereiro de 2013 - milhares de mulheres turcas protestam contra declaração do primeiro-ministro Erdogan de que considera o aborto um assassinato. Na Turquia, o aborto é legal nas 10 primeiras semanas de gestação quando há consentimento da mulher e do marido
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Abril de 2013 - começam as escavações para a construção da controversa mesquita Camlica, em Istambul, de mais de 55 mil metros quadrados e com capacidade para até 30 mil fieis. O projeto recebe críticas da população, que, além de julgar a construção desnecessária, acredita que ela causará grandes danos ao meio ambiente
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Abril de 2013 - conhecido mundialmente, o renomado pianista turco Fazil Say é condenado a 10 meses de prisão por insultar as crenças religiosas de uma parcela da população. O fato causa revolta de simpatizantes do músico, ateu e opositor de Erdogan
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Dois carros-bomba matam 52 pessoas e ferem outras 140 em Reyhanli, na fronteira com a Síria. O governo turco acusa o governo sírio de estar envolvido no atentado, mas moradores locais culpam a própria política turca
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Maio de 2013 - forças de segurança usam gás de pimenta e jatos d'água para dispersar manifestantes. Centenas de pessoas ficam feridas e dezenas são presas. O Ministro do Interior comunica que o uso desproporcional da força por parte dos policiais será investigado
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Junho de 2013 - o primeiro-ministro Erdogan critica as redes sociais , especialmente o Twitter, classificando o microblog como uma ameaça e uma "versão extrema da mentira". Grupos de manifestantes lotam a praça Taksim e há novos confrontos. A mídia pró-governo acusa a rede de TV americana CNN de mostrar a Turquia em estado de guerra civil
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Janeiro de 2014 - ligações telefônicas publicadas na internet reforçam as acusações de corrupção contra o primeiro-ministro Erdogan, e o governo ameaça exercer maior controle sobre a rede, dando origem a novas marchas
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Março de 2014 - o Governo bloqueia o Twitter e, depois, o Youtube. Milhares de pessoas participam do funeral de um adolescente morto, que ficou meses em coma depois de ter sido atingido por uma lata de gás de pimenta durante manifestações contra o governo. A população pede a renúncia do primeiro-ministro Erdogan