O primeiro-ministro turco Tayyip Erdogan abriu o placar em primeira eleição presidencial direta do país no domingo, conquistando cerca de 56 por cento dos votos, entre os 43 por cento dos votos já apurados, segundo as estações de televisão turcos.
O principal candidato da oposição, Ekmeleddin Ihsanoglu, teve em torno de 35 por cento, enquanto Selahattin Demirtas da ala esquerda pró-curdo Partido Democrático do Povo estava em cerca de 8 por cento, segundo as emissoras CNN Turk e NTV.
Os colégios eleitorais da Turquia fecharam às 11h (em Brasília) deste domingo, após uma jornada com uma relativa baixa participação, um dado que favorece o candidato governista à presidência do país, o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.
Cerca de 53 milhões de turcos foram chamados às urnas, mas provavelmente a participação foi bastante inferior à registrada no pleito de março (89%).
Caso nenhum candidato alcance mais de 50% dos votos, a presidência será decidida em um segundo turno, marcado para o dia 24 de agosto.
Em uma jornada que transcorreu com calma e sem incidentes importantes, vários eleitores revelaram à Agência EFE que desconfiam da apuração.
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Os eleitores lembraram que nas eleições municipais de março houve cortes de luz que, na opinião da oposição, prejudicaram a apuração em bairros de maioria opositora e expressaram seu temor de que Erdogan "roube os votos que puder".
O principal candidato opositor, Ekmeleddin Ihsanoglu, denunciou ao jornal "Hürriyet" que alguns eleitores fotografaram suas cédulas após depositá-las, supostamente para receber os favores do candidato em que votaram.
Ihsanoglu anunciou que interporá uma denúncia por estas práticas.
Além disso, o opositor qualificou a campanha eleitoral de "injusta e "desproporcional", pelo fácil acesso de Erdogan aos recursos estatais e a cobertura midiática.
Embora a imprensa turca não possa facilitar dados de participação por conta do embargo a toda informação eleitoral, a impressão geral é que muitos eleitores não interromperam suas férias para comparecer às urnas.
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A baixa participação poderia prejudicar sobretudo os dois grandes partidos de oposição, já que suas bases mostraram pouco entusiasmo pelo candidato de consenso, Ekmeleddin Ihsanoglu, a quem atribuem certo perfil religioso.
O terceiro aspirante é o jovem político curdo Selahattin Demirtas, que parece ter ganho o apoio de alguns eleitores laicos, graças a uma campanha centrada em um ideário de esquerda.
Vários eleitores declararam que simpatizam com Demirtas, mas que se decantam pelo voto "útil" e consideram Ihsanoglu o candidato com maiores oportunidades de enfrentar a Erdogan em um eventual segundo turno.
Com informações da Reuters e EFE.
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Outubro de 2012 - o governo de Ankara proíbe uma marcha planejada para o Dia da República, sob a alegação de que serviços de segurança do Estado receberam a informação de que grupos pretendiam causar tumultos. Ainda assim, milhares de pessoas, incluindo o líder do maior partido da oposição, desconsideram a ordem e desafiaram os policiais, que reagiram com lançamento de jatos d'água
Foto: AFP
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Fevereiro de 2013 - milhares de mulheres turcas protestam contra declaração do primeiro-ministro Erdogan de que considera o aborto um assassinato. Na Turquia, o aborto é legal nas 10 primeiras semanas de gestação quando há consentimento da mulher e do marido
Foto: AFP
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Abril de 2013 - começam as escavações para a construção da controversa mesquita Camlica, em Istambul, de mais de 55 mil metros quadrados e com capacidade para até 30 mil fieis. O projeto recebe críticas da população, que, além de julgar a construção desnecessária, acredita que ela causará grandes danos ao meio ambiente
Foto: Reprodução
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Abril de 2013 - conhecido mundialmente, o renomado pianista turco Fazil Say é condenado a 10 meses de prisão por insultar as crenças religiosas de uma parcela da população. O fato causa revolta de simpatizantes do músico, ateu e opositor de Erdogan
Foto: AFP
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Maio de 2013 - policiais recorrem à violência para dispersar manifestantes que participam do May Day, na praça Taksim. A população protesta contra o fechamento da praça, considerada necessária pelo governo para a sua renovação
Foto: AP
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Dois carros-bomba matam 52 pessoas e ferem outras 140 em Reyhanli, na fronteira com a Síria. O governo turco acusa o governo sírio de estar envolvido no atentado, mas moradores locais culpam a própria política turca
Foto: AP
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Erdogan se encontra com o presidente Barack Obama para discutir, entre outros assuntos, a crise na Síria. Ambos reforçam o compromisso de derrubar o presidente Bashar al-Assad, apesar da crescente impopularidade de Erdogan entre os cidadãos turcos
Foto: AP
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O governo turco aprova a lei que proíbe a venda de bebidas alcóolicas entre 22h e 6h, o patrocínio de eventos por empresas de bebidas e o consumo de álcool a menos de 100 metros de mesquitas. A lei é aprovada duas semanas após ser proposta, sem que a população tenha sido consultada
Foto: AP
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Em resposta à advertência feita por Erdogan contra demonstrações de afeto em público, dezenas de casais organizam um beijaço em uma estação de metrô na cidade de Ankara
Foto: AP
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Manifestantes ambientalistas acampam no Parque Gezi para evitar sua demolição. Conforme a manifestação é violentamente contida pela polícia, outros protestos se espalham em outras regiões
Foto: AP
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Maio de 2013 - forças de segurança usam gás de pimenta e jatos d'água para dispersar manifestantes. Centenas de pessoas ficam feridas e dezenas são presas. O Ministro do Interior comunica que o uso desproporcional da força por parte dos policiais será investigado
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Junho de 2013 - o primeiro-ministro Erdogan critica as redes sociais , especialmente o Twitter, classificando o microblog como uma ameaça e uma "versão extrema da mentira". Grupos de manifestantes lotam a praça Taksim e há novos confrontos. A mídia pró-governo acusa a rede de TV americana CNN de mostrar a Turquia em estado de guerra civil
Foto: AP
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Agosto de 2013 - pessoas formam correntes humanas para pedir paz e intervenção na Síria
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Dezembro de 2013 - escândalos de corrupção envolvendo o primeiro-ministro e seu filho vem à tona, e recomeçam os protestos contra o regime
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Janeiro de 2014 - ligações telefônicas publicadas na internet reforçam as acusações de corrupção contra o primeiro-ministro Erdogan, e o governo ameaça exercer maior controle sobre a rede, dando origem a novas marchas
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Março de 2014 - o Governo bloqueia o Twitter e, depois, o Youtube. Milhares de pessoas participam do funeral de um adolescente morto, que ficou meses em coma depois de ter sido atingido por uma lata de gás de pimenta durante manifestações contra o governo. A população pede a renúncia do primeiro-ministro Erdogan