Espanha abre inquérito sobre denúncias de espionagem dos EUA

Jornal El Mundo informou que 60 milhões de ligações telefônicas de espanhóis foram rastreadas

29 out 2013 - 14h15
(atualizado às 14h18)

O Ministério Público da Espanha deu início a um inquérito preliminar nesta terça-feira para averiguar denúncia de que uma agência de inteligência dos Estados Unidos espionou milhões de cidadãos espanhóis.

O procurador-geral Eduardo Torres-Dulce autorizou um processo de coleta de informações após o jornal El Mundo publicar, na segunda-feira, reportagem afirmando que os EUA rastrearam mais de 60 milhões de ligações telefônicas de espanhóis, disse o gabinete do procurador em comunicado.

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A Espanha convocou o embaixador dos EUA na segunda-feira para discutir as denúncias, similares a reportagens sobre a espionagem dos EUA em Brasil, França e Alemanha, que causaram uma rara indisposição diplomática entre Washington e aliados. O chanceler espanhol, José Manuel García-Margallo, disse que se as reportagens forem verdadeiras, quebrariam um "clima de confiança" entre os dois países.

O El Mundo publicou um gráfico com um documento que seria da Agência de Segurança Nacional dos EUA (NSA, na sigla em inglês) mostrando ter espionado 60,5 milhões de ligações telefônicas na Espanha entre 10 de dezembro de 2012 e 8 de janeiro deste ano. A reportagem diz que o documento foi vazado pelo ex-prestador de serviço da NSA Edward Snowden.

Em visita à Lituânia nesta terça-feira, García-Margallo reiterou os fortes laços entre a Espanha e os EUA e disse que as negociações por uma acordo de livre comércio não seriam interrompidas. "Trabalhamos bastante próximos com os EUA a respeito de segurança, temos alguns tópicos comuns em que nossas posições são as mesmas", disse ele em uma conferência.

As revelações de Snowden também abalaram as relações dos EUA com o Brasil, que segundo denúncias foi outro alvo dos programas de espionagem da NSA. A presidente Dilma Rousseff cancelou uma visita de Estado que faria a Washington este mês após denúncia de que teve suas próprias comunicações pessoais monitoradas pela agência norte-americana.

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