Espanha pede a separatistas catalães para obedecerem Madri

22 out 2017 - 12h49
(atualizado às 14h34)

O governo espanhol exortou que os catalães aceitem o controle direto de Madri e ignorem as instruções da liderança regional separatista, uma vez que ela foi removida do poder.

Manifestante segura bandeira separatista da Catalunha durante protesto em Barcelona, Espanha
Manifestante segura bandeira separatista da Catalunha durante protesto em Barcelona, Espanha
Foto: Ivan Alvarado / Reuters

A mensagem deste domingo foi divulgada um dia após Madri ter adotado a medida constitucional sem precedentes de destituir o governo catalão, um último recurso para frustrar a campanha de independência e acalmar os temores de conflito e tumulto econômico na zona do euro.

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A decisão, que será implementada nesta semana, levou dezenas de milhares de manifestantes a favor da independência às ruas de Barcelona no sábado e foi rejeitada pelo líder catalão Carles Puigdemont.

A chefe do parlamento regional, Carme Forcadell, disse que não aceitaria o movimento de Madri e acusou o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy, de realizar um golpe.  

O ministro das Relações Exteriores da Espanha, Alfonso Dastis, respondeu neste domingo com um apelo para obedecer Madri.

"Tudo o que o governo está tentando fazer, e relutantemente, é reinstaurar a ordem legal, restaurar a constituição, mas também as regras catalãs, e proceder a partir daí", disse Dastis à BBC TV.

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"Nós vamos estabelecer as autoridades que irão governar as questões cotidianas da Catalunha de acordo com as regras e normas catalãs... Eu espero que todos desconsiderem quaisquer instruções que estão sendo planejadas, pois eles não têm autoridade legal para fazê-lo."

No entanto, Dastis buscou acalmar os nervos na região, dizendo que Madri não fará prisões entre a liderança pró-independência, embora dois proeminentes separatistas tenham sido detidos a mando da justiça este mês por alegações de insubordinação. "Nós não vamos prender ninguém", disse ele.

Os líderes catalães dizem que não aceitarão regras diretamente impostas por Madri, levantando a perspectiva de que eles e seus apoiadores tentarão desafiar o governo diretamente quando forem removidos dos cargos.

O plano de Rajoy ainda precisa de aprovação do Senado, em uma sessão marcada para sexta-feira. Uma vez que receba a esperada aprovação, Madri poderá retomar o controle total das finanças, polícia e imprensa pública da Catalunha, além de limitar os poderes do parlamento regional por até seis meses, até que aconteçam novas eleições regionais.

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Protestos a favor e contra a independência da Catalunha envolveram centenas de milhares de pessoas. Apesar de uma repressão violenta da polícia nacional durante o referendo pela independência da Catalunha, em 1º de outubro, que deixou várias pessoas feridas, as manifestações têm sido pacíficas.

Mas o plano sem precedentes de Rajoy de usar os poderes constitucionais especiais enfureceu ambos os lados e aumentou a preocupação sobre potenciais tumultos se os líderes catalães resistirem e pedirem a desobediência civil.

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