A polícia espanhola anunciou nesta quinta-feira a detenção de dois camaroneses acusados de ter matado, roubado e jogado ao mar entre sete e dez imigrantes ilegais que viajavam com eles em um barco inflável rumo à Espanha.
Os dois homens estavam entre um grupo de 29 imigrantes, todos da África Subsaariana, resgatados em 5 de dezembro ao sudeste da costa espanhola.
Os sobreviventes explicaram que a embarcação havia deixado Marrocos dois dias antes com 50 pessoas a bordo, mas que cerca de vinte delas morreram durante a viagem, em meio a uma forte tempestade.
Após a chegada em terra, a polícia iniciou uma investigação e descobriu que "os resgatados não se relacionavam e chegavam a ter medo de dois sobreviventes".
Três testemunhas acabaram contando à polícia que durante a viagem, quando o tempo piorou, um "pastor nigeriano começou a orar por medo de naufrágio". "Os detentos culparam os nigerianos que oravam pelo mau tempo" e os agrediram, "lançando ao mar o pastor e outros passageiros nigerianos".
O resto dos "passageiros que não sobreviveram teriam perecido pelas duras condições em que ocorrem essas viagens", segundo a polícia.
Além disso, os camaroneses roubaram suas vítimas, de acordo com a fonte.
Apesar do perigo, muitos imigrantes tentam chegar à Europa por mar partindo do norte de África em barcos infláveis ou barcos em péssimas condições, muitas vezes sobrecarregados.
Os serviços de resgate salvaram 3.500 imigrantes espanhóis que navegam nessas condições em 2014.
O número representa um aumento de 55% em relação às 2.253 pessoas resgatadas em 2013, de acordo com dados fornecidos à AFP por um porta-voz da guarda costeira.