O presidente russo, Vladimir Putin, quer provocar o caos nas regiões de língua russa do leste da Ucrânia para desacreditar o governo pró-europeu de Kiev, mas não tem a intenção de realizar uma intervenção militar, segundo os especialistas.
O súbito aumento de tensão nos últimos dias nas cidades de Lugansk, Donetsk e Kharkiv, onde militares pró-russos tomaram vários edifícios oficiais, aumentam os temores de uma repetição do que ocorreu na Crimeia.
Esta península ucraniana do Mar Negro foi anexada à Rússia em março, depois que homens armados pró-russos e sem uniformes oficiais tomaram o controle da região e foi realizado um referendo de anexação, considerado ilegal pelo Ocidente.
Mas, segundo os especialistas, a situação atual no leste da Ucrânia é diferente, por um lado porque os Estados Unidos e a União Europeia ameaçam com sanções, e por outro porque a população não é favorável à anexação.
"Uma intervenção militar seria totalmente absurda. Nossos líderes já entenderam que o risco é muito alto, que há a possibilidade de duras sanções econômicas", explicou à AFP o analista russo Alexei Malachenko, do Centro Carnegie.
Após a anexação da Crimeia, os Estados Unidos e a Rússia reagiram adotando sanções contra autoridades russas e ucranianas pró-russas. E o presidente americano, Barack Obama, falou da possibilidade de sancionar "setores chave" da economia russa em caso de aumento da escalada.
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Por sua vez, segundo o analista Konstantin Kalachev, "não há consenso" sobre a integração à Rússia entre os habitantes destas regiões industriais de língua russa do leste da Ucrânia.
Apenas 30%, segundo as pesquisas, querem se separar da Ucrânia para formar parte da Rússia, um número que está muito distante da unanimidade ocorrida na Crimeia, segundo Kalachev.
Uma análise compartilhada pelo jornal econômico Vedomosti, que lembra que estas regiões não estão isoladas geograficamente nem têm uma base militar russa, como era o caso na Crimeia.
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29 de maio - Membro de um grupo armado pró-Rússia chamado Exército Ortodoxo Russo monta guarda perto do aeroporto de Donetsk, no leste da Ucrânia.
Foto: Maxim Zmeyev
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29 de maio - Médico observa 30 caixões preparados para o funeral de pró-russos mortos no aeroporto de Donetsk
Foto: Reuters
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29 de maio - Membro de um grupo separatista pró-russo mostra uma imagem de um ícone religioso, em seu uniforme
Foto: Reuters
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29 de maio - Separatistas pró-Rússia derrubaram nesta quinta-feira um helicóptero do Exército da Ucrânia, matando 14 militares, incluindo um general. Na foto, a fumaça deixada pelo ataque.
Foto: AP
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27 de maio - Manifestantes pró-russos fortemente armados criam barricada na estrada onde fica o aeroporto, em Donetsk.
Foto: Reuters
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27 de maio - Imagem de Jesus Cristo é vista em meio aos cacos de vidro e ao sangue, em cima de um caminhão, próximo ao aeroporto de Donetsk
Foto: Reuters
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27 de maio - Menino caminha ao lado de uma arena de esportes, em Donetsk. A aerna foi incendiada por um grupo armado que invadiu o lugar.
Foto: Reuters
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27 de maio - Coluna de fumaça sobre o aeroporto internacional de Donetsk. Mais de 50 rebeldes pró-russos foram mortos em um ataque sem precedentes por parte das forças do governo ucraniano, depois que o novo presidente foi eleito.
Foto: Reuters
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27 de maio - Rebelde pró-russo se posiciona atrás de uma barricada recém-montada, próximo ao aeroporto de Donetsk
Foto: Reuters
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12 de maio - Morador de Slaviansk, Yevgeni Kharkovski, de 75 anos, aponta os danos causados em sua casa devido a um bombardeio no bairro.
Foto: Reuters
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12 de maio - Ativista pró-russo fica de guarda no lado de fora de um edifício administrativo na cidade ucraniana oriental de Luhansk
Foto: Reuters
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11 de maio - Mulher cumprimenta um grupo de pró-russos armados, enquanto eles marchavam em direção a uma mesa de voto durante um referendo em Slaviansk
Foto: Reuters
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11 de maio - Soldado ucraniano deixa sua arma em posição de tiro, em um posto de controle do exército, durante um referendo sobre a autonomia da Ucrânia
Foto: Reuters
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11 de maio - Mulher é detida por forças de segurança ucranianas em um posto de controle do exército, por ter sido agressiva, durante um referendo sobre a autonomia no governo na cidade portuária de Mariupol
Foto: Reuters
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11 de maio - Recruta do exército ucraniano faz gestos em um posto de controle, do lado de fora da cidade portuária de Mariupol, na Ucrânia
Foto: Reuters
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05 de maio - Apoiadores pró-russos gritam slogans durante uma manifestação após uma cerimônia fúnebre, em Odessa. Um deputado morreu em um incêndio no edifício sindical.
Foto: Reuters
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04 de maio - Manifestantes pró-russos queimam uma bandeira ucraniana do lado de fora do prédio do conselho distrital, em Donetsk
Foto: Reuters
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24 de abril - Membro de forças especiais da Ucrânia toma posição em um bloqueio na estrada da cidade de Slavyansk
Foto: AFP
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24 de abril - Avião sobrevoa cidade no leste da Ucrânia. Pelo menos cinco insurgentes foram mortos nesta quinta-feira, após um ataque aéreo
Foto: AFP
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24 de abril - Forças ucranianas mataram pelo menos dois insurgentes pró-russos no leste do país. Em foto, homens pró-Rússia descansam em posto de controle, durante a guarda
Foto: AP
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24 de abril - Soldado ucraniano limpa partes do tanque de guerra em um posto de controle perto da aldeia de Artemiovska, a 20 km de Slovansk
Foto: AP
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24 de abril - Homem mascarado pró-Rússia caminha ao lado de uma barricada na Ucrânia
Foto: AP
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24 de abril - Homem armado pró-Rússia monta a guarda em um posto de controle na Ucrânia
Foto: AP
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24 de abril - População participa de um comício pró-ucraniano em Luhansk, no leste da Ucrânia
Foto: Reuters
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16 de abril - Soldados ucranianos entram em confronto com manifestantes pró-russos em um campo, no leste da Ucrânia
Foto: Reuters
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16 de abril - Homem armado pró-russos fala com militares ucranianos em um blindado
Foto: Reuters
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16 de abril - Bandeira russa é asteada sobre veículo blindado em Slaviansk
Foto: Reuters
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16 de abril - Homens armados pró-russos passam por gabinete do prefeito, em Donetsk
Foto: Reuters
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16 de abril - Militares ucranianos observam jato militar ucranianos que passa por cima deles, Kramatorsk
Foto: Reuters
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16 de abril - Homens armados, aparentemente pró-russos, ficam de guarda em Slaviansk
Foto: Reuters
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16 de abril - Slaviansk estava sob o controle das forças armadas ucranianas até a última quarta-feira
Foto: Reuters
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16 de abril - Soldados ucranianos participam de confronto com manifestantes pró-russos no campo próximo a Kramatorsk
Foto: Reuters
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16 de abril - Força ucranianas reforçara o seu controle sobre a cidade Kramatorsk na última quarta-feira
Foto: Reuters
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15 de abril - Membros de uma unidade de defesa passam por um prédio queimado na Praça da Independência, em Kiev
Foto: Reuters
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15 de abril - Militantes pró-Rússia caminham em direção ao aeroporto de Kramatorsk, no leste da Ucrânia
Foto: AP
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15 de abril - General Vasyl Krutov participa de confronto do lado de fora do aeroporto de Kramatorsk. Na primeira ação militar ucraniana contra um levante pró-russos, as forças do governo entraram em confronto com cerca de 30 homens armados
Foto: AP
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14 de abril - Manifestantes pró-Rússia participam de um comício em frente ao escritório do serivço de segurança do Estado, em Luhansk, no leste da Ucrânia.
Foto: Reuters
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13 de abril - Pró-russos se reúnem em volta de uma barricada incendiada, próximo à sede da polícia em Slaviansk
Foto: Reuters
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13 de abril - Duas manifestantes pró-russos também participam de reunião em uma barricada perto da sede da polícia em Slaviansk
Foto: Reuters
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12 de abril - Apoiadores pró-Rússia participam de mais um comício em frente ao escritório so serviço de segurança do Estado. Ucrânia apelou à Rússia para deter "ações provocativas"
Foto: Reuters
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12 de abril - Um homem armado é detido pelos manifestantes pró-russos, durante um comício em Luhansk.
Foto: Reuters
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11 de abril: uma manifestante aguarda do lado de fora do prédio do governo de Donetsk onde protestos estão sendo realizados há dias
Foto: AP
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11 de abril: homem caminha próximo às barricadas em Luhansk, cidade a 30 km da Rússia
Foto: AP
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10 de abril: manifestantes pró-Rússia marcham com bandeiras em rua no porto de Odessa, cidade ucraniana no litorial do Mar Negro. Eles usam uniformes iguais aos dos soldados soviéticos da Segunda Guerra Mundial
Foto: AP
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10 de abril: ativista mascarado pró-Rússia sobe em barricada durante protesto próximo ao prédio do governo de Donetsk, Ucrânia
Foto: AP
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9 de abril - protestos semelhantes aos vistos na Crimeia se espalham por cidades do leste da Ucrânia após a anexação da península à Rússia
Foto: AP
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9 de abril - mulher envolvida por uma bandeira russa caminha em frente à barricada montada em Donetsk
Foto: AP
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9 de abril - manifestantes pró-Rússia se aglomeram em uma barricada montada em frente ao edifício do serviço de segurança estatal SBU, em Lugansk, leste da Ucrânia
Foto: Reuters
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9 de abril - manifestantes pró-Rússia montam barricadas no exterior de edifício do Governo em Donetsk
Foto: Reuters
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8 de abril - manifestantes russófonos se reúnem diante de barricada montada em frente ao prédio do escritório do Serviço Estatal de Segurança em Lugansk, no leste da Ucrânia
Foto: Reuters
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8 de abril - ativistas se concentram próximo ao prédio da Segurança da Ucrânia, na cidade de Lugansk
Foto: Reuters
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7 de abril - manifestantes pró-Rússia entram em confronto com ativistas que apoiam a integridade territorial da Ucrânia, em Carcóvia
Foto: Reuters
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7 de abril - protestos são realizados no exterior de prédios governamentais da cidade de Carcóvia
Foto: Reuters
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7 de abril - pessoas usam pneus para montar barricadas em frente a um prédio público, da cidade de Carcóvia, no leste da Ucrânia
Foto: Reuters
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6 de abril - ativistas pró-Rússia se concentram na varanda do escritório regional ucraniano do Serviço de Segurança em Lugansk
Foto: AP
"Se a política do Kremlin com a Ucrânia é racional, uma intervenção no sudeste é inútil e não tem nenhum interesse. A situação social e o nível de apoio não têm nada a ver com o que se viu na Crimeia, o risco é muito mais alto de todos os pontos de vista", afirma o jornal em um editorial.
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A política atual do Kremlin consiste em "apoiar e controlar a instabilidade no leste da Ucrânia para colocar em xeque a legitimidade das eleições presidenciais e tentar influenciar nas reformas constitucionais" desta ex-república soviética, independente desde 1991, segundo Vedomosti.
Após a destituição, em fevereiro, do presidente pró-russo Viktor Yanukovytch, o novo governo interino de Kiev convocou eleições presidenciais para 25 de maio. Até agora os candidatos favoritos são todos pró-europeus, que querem aproximar do Ocidente esta ex-república soviética de 46 milhões de habitantes.
Os Estados Unidos acusaram na terça-feira a Rússia de criar o caos na Ucrânia, enquanto o governo interino de Kiev classifica os separatistas pró-russos que ocupam edifícios oficiais em Donestk, Kharkiv e Lugansk de "terroristas e criminosos".
Por sua vez, o presidente Vladimir Putin advertiu o governo ucraniano a não cometer atos irreparáveis, depois que Kiev ameaçou com uma intervenção contra os separatistas.
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Segundo Kalachev, a Rússia quer conseguir no mínimo que a Ucrânia se torne uma federação, na qual as regiões pró-russas tenham autonomia suficiente para negociar acordos comerciais e diplomáticos diretamente com Moscou.
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