França: prostituição custaria anualmente 1,6 bilhão de euros

Valor foi estimado por estudo reforça a posição daqueles que são a favor da abolição da atividade

28 mai 2015 - 16h36
(atualizado às 19h12)

A prostituição custa 1,6 bilhão de euros por ano para a sociedade francesa, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira (28) que reforça a posição daqueles a favor da sua abolição e da penalização dos clientes.

O estudo, realizado por uma associação que apoia as prostitutas, "Movimento do Ninho", e pela sociedade Psytel, é considerado uma resposta à Comissão Europeia (CE) que propôs em 2014 aos Estados-membros incluir no cálculo de seu PIB a prostituição, o que a França rejeitou.

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A investigação procurou estabelecer os custos econômicos e sociais da prostituição, "atacando o mito de uma prostituição criadora de crescimento", explicam os autores do estudo que identificaram "29 itens de despesas", principalmente baseadas em dados nacionais, estudos e pesquisas existentes, análises de especialistas e entrevistas com prostitutas.

De acordo com este estudo, financiado pela CE, cerca de 37 mil pessoas se prostituem na França, das quais a grande maioria (62%) através da internet.

Os autores estimam em 3,2 bilhões de euros o volume de negócios da prostituição, com base no número estimado de prostitutas e sua alegada renda mensal. A média foi de cerca de EUR 87.700.

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Mas "o dinheiro dos clientes da prostituição é em grande parte retirado do circuito da economia clássica" e "enviado para o exterior", afirma o estudo, que calcula em 853 milhões de euros a evasão fiscal do setor.

Em comparação, os gastos sociais (abrigos de emergência, benefícios sociais, ações preventivas, etc.) dos quais beneficiam as prostitutas foram estimados entre 50 e 65 milhões de euros. Os autores estimam em 311 milhões de euros o custo humano para as prostitutas, seis vezes mais expostas a violações do que a população em geral, e 12 vezes mais propensas ao suicídio.

As consequências sociais indiretas (filhos abandonados, homicídios e suicídios), as despesas de saúde, de polícia e justiça representam 427 milhões de euros, afirmam os autores, que lutam pela abolição da prostituição.

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