O presidente da Rússia, Vladimir Putin, advertiu nesta quinta-feira que o fornecimento de gás russo para a Europa poderia ser interrompido se o governo cortar o fluxo para a Ucrânia por causa de contas não pagas, o que levou os Estados Unidos a acusarem o país de usar a energia "como uma ferramenta de coerção".
Em uma carta aos líderes de 18 países europeus, Putin deixou claro que sua paciência iria se esgotar quanto à dívida ucraniana de 2,2 bilhões de dólares, a menos que uma solução possa ser negociada com urgência.
A Rússia praticamente dobrou o preço do gás que cobra da Ucrânia, cuja economia está em crise, desde que o presidente ucraniano pró-Moscou Viktor Yanukovich foi derrubado há dois meses. Após a destituição dele, a Rússia anexou a região ucraniana da Crimeia, provocando o maior confronto com o Ocidente desde a Guerra Fria.
Putin disse que a empresa russa Gazprom, exportadora do gás, vai exigir da Ucrânia pagamento antecipado para o fornecimento de gás e, "no caso de mais uma violação das condições de pagamento, as entregas do gás cessarão total ou parcialmente".
Isso poderia ter repercussões para os países da União Europeia, dos quais boa parte do gás que utilizam flui em tubulações através da Ucrânia. "Percebemos perfeitamente que isso aumenta o risco de (a Ucrânia) desviar gás natural que passa pelo território da Ucrânia e vai para os consumidores europeus", diz a carta.
A Rússia supre 30 por cento da demanda de gás natural da Europa e metade disso atravessa a Ucrânia.
Os Estados Unidos acusaram Moscou de usar suas vastas reservas de energia para pressionar a ex-república soviética.
"Nós condenamos os esforços da Rússia para utilizar a energia como uma ferramenta de coerção contra a Ucrânia", disse a porta-voz do Departamento de Estado, Jen Psaki.
A Gazprom, controlada pelo Estado, parou de bombear gás para a Ucrânia durante as disputas de preços nos invernos de 2005-2006 e 2008-2009, levando à redução dos suprimentos nos países europeus.
As autoridades russas dizem que as negociações de gás com a Ucrânia são puramente comerciais e que foram forçadas a agir depois que o governo ucraniano não conseguiu cumprir um prazo na segunda-feira para pagar por seus suprimentos de março.
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29 de maio - Membro de um grupo armado pró-Rússia chamado Exército Ortodoxo Russo monta guarda perto do aeroporto de Donetsk, no leste da Ucrânia.
Foto: Maxim Zmeyev
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29 de maio - Médico observa 30 caixões preparados para o funeral de pró-russos mortos no aeroporto de Donetsk
Foto: Reuters
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29 de maio - Membro de um grupo separatista pró-russo mostra uma imagem de um ícone religioso, em seu uniforme
Foto: Reuters
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29 de maio - Separatistas pró-Rússia derrubaram nesta quinta-feira um helicóptero do Exército da Ucrânia, matando 14 militares, incluindo um general. Na foto, a fumaça deixada pelo ataque.
Foto: AP
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27 de maio - Manifestantes pró-russos fortemente armados criam barricada na estrada onde fica o aeroporto, em Donetsk.
Foto: Reuters
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27 de maio - Imagem de Jesus Cristo é vista em meio aos cacos de vidro e ao sangue, em cima de um caminhão, próximo ao aeroporto de Donetsk
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27 de maio - Menino caminha ao lado de uma arena de esportes, em Donetsk. A aerna foi incendiada por um grupo armado que invadiu o lugar.
Foto: Reuters
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27 de maio - Coluna de fumaça sobre o aeroporto internacional de Donetsk. Mais de 50 rebeldes pró-russos foram mortos em um ataque sem precedentes por parte das forças do governo ucraniano, depois que o novo presidente foi eleito.
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27 de maio - Rebelde pró-russo se posiciona atrás de uma barricada recém-montada, próximo ao aeroporto de Donetsk
Foto: Reuters
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12 de maio - Morador de Slaviansk, Yevgeni Kharkovski, de 75 anos, aponta os danos causados em sua casa devido a um bombardeio no bairro.
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12 de maio - Ativista pró-russo fica de guarda no lado de fora de um edifício administrativo na cidade ucraniana oriental de Luhansk
Foto: Reuters
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11 de maio - Mulher cumprimenta um grupo de pró-russos armados, enquanto eles marchavam em direção a uma mesa de voto durante um referendo em Slaviansk
Foto: Reuters
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11 de maio - Soldado ucraniano deixa sua arma em posição de tiro, em um posto de controle do exército, durante um referendo sobre a autonomia da Ucrânia
Foto: Reuters
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11 de maio - Mulher é detida por forças de segurança ucranianas em um posto de controle do exército, por ter sido agressiva, durante um referendo sobre a autonomia no governo na cidade portuária de Mariupol
Foto: Reuters
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11 de maio - Recruta do exército ucraniano faz gestos em um posto de controle, do lado de fora da cidade portuária de Mariupol, na Ucrânia
Foto: Reuters
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05 de maio - Apoiadores pró-russos gritam slogans durante uma manifestação após uma cerimônia fúnebre, em Odessa. Um deputado morreu em um incêndio no edifício sindical.
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04 de maio - Manifestantes pró-russos queimam uma bandeira ucraniana do lado de fora do prédio do conselho distrital, em Donetsk
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24 de abril - Membro de forças especiais da Ucrânia toma posição em um bloqueio na estrada da cidade de Slavyansk
Foto: AFP
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24 de abril - Avião sobrevoa cidade no leste da Ucrânia. Pelo menos cinco insurgentes foram mortos nesta quinta-feira, após um ataque aéreo
Foto: AFP
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24 de abril - Forças ucranianas mataram pelo menos dois insurgentes pró-russos no leste do país. Em foto, homens pró-Rússia descansam em posto de controle, durante a guarda
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24 de abril - Soldado ucraniano limpa partes do tanque de guerra em um posto de controle perto da aldeia de Artemiovska, a 20 km de Slovansk
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24 de abril - Homem mascarado pró-Rússia caminha ao lado de uma barricada na Ucrânia
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24 de abril - Homem armado pró-Rússia monta a guarda em um posto de controle na Ucrânia
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24 de abril - População participa de um comício pró-ucraniano em Luhansk, no leste da Ucrânia
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16 de abril - Soldados ucranianos entram em confronto com manifestantes pró-russos em um campo, no leste da Ucrânia
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16 de abril - Homem armado pró-russos fala com militares ucranianos em um blindado
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16 de abril - Bandeira russa é asteada sobre veículo blindado em Slaviansk
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16 de abril - Homens armados pró-russos passam por gabinete do prefeito, em Donetsk
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16 de abril - Militares ucranianos observam jato militar ucranianos que passa por cima deles, Kramatorsk
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16 de abril - Homens armados, aparentemente pró-russos, ficam de guarda em Slaviansk
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16 de abril - Slaviansk estava sob o controle das forças armadas ucranianas até a última quarta-feira
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16 de abril - Soldados ucranianos participam de confronto com manifestantes pró-russos no campo próximo a Kramatorsk
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16 de abril - Força ucranianas reforçara o seu controle sobre a cidade Kramatorsk na última quarta-feira
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15 de abril - Membros de uma unidade de defesa passam por um prédio queimado na Praça da Independência, em Kiev
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15 de abril - Militantes pró-Rússia caminham em direção ao aeroporto de Kramatorsk, no leste da Ucrânia
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15 de abril - General Vasyl Krutov participa de confronto do lado de fora do aeroporto de Kramatorsk. Na primeira ação militar ucraniana contra um levante pró-russos, as forças do governo entraram em confronto com cerca de 30 homens armados
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14 de abril - Manifestantes pró-Rússia participam de um comício em frente ao escritório do serivço de segurança do Estado, em Luhansk, no leste da Ucrânia.
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13 de abril - Pró-russos se reúnem em volta de uma barricada incendiada, próximo à sede da polícia em Slaviansk
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13 de abril - Duas manifestantes pró-russos também participam de reunião em uma barricada perto da sede da polícia em Slaviansk
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12 de abril - Apoiadores pró-Rússia participam de mais um comício em frente ao escritório so serviço de segurança do Estado. Ucrânia apelou à Rússia para deter "ações provocativas"
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12 de abril - Um homem armado é detido pelos manifestantes pró-russos, durante um comício em Luhansk.
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11 de abril: uma manifestante aguarda do lado de fora do prédio do governo de Donetsk onde protestos estão sendo realizados há dias
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11 de abril: homem caminha próximo às barricadas em Luhansk, cidade a 30 km da Rússia
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10 de abril: manifestantes pró-Rússia marcham com bandeiras em rua no porto de Odessa, cidade ucraniana no litorial do Mar Negro. Eles usam uniformes iguais aos dos soldados soviéticos da Segunda Guerra Mundial
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10 de abril: ativista mascarado pró-Rússia sobe em barricada durante protesto próximo ao prédio do governo de Donetsk, Ucrânia
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9 de abril - protestos semelhantes aos vistos na Crimeia se espalham por cidades do leste da Ucrânia após a anexação da península à Rússia
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9 de abril - mulher envolvida por uma bandeira russa caminha em frente à barricada montada em Donetsk
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9 de abril - manifestantes pró-Rússia se aglomeram em uma barricada montada em frente ao edifício do serviço de segurança estatal SBU, em Lugansk, leste da Ucrânia
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9 de abril - manifestantes pró-Rússia montam barricadas no exterior de edifício do Governo em Donetsk
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8 de abril - manifestantes russófonos se reúnem diante de barricada montada em frente ao prédio do escritório do Serviço Estatal de Segurança em Lugansk, no leste da Ucrânia
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8 de abril - ativistas se concentram próximo ao prédio da Segurança da Ucrânia, na cidade de Lugansk
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7 de abril - manifestantes pró-Rússia entram em confronto com ativistas que apoiam a integridade territorial da Ucrânia, em Carcóvia
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7 de abril - protestos são realizados no exterior de prédios governamentais da cidade de Carcóvia
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7 de abril - pessoas usam pneus para montar barricadas em frente a um prédio público, da cidade de Carcóvia, no leste da Ucrânia
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6 de abril - ativistas pró-Rússia se concentram na varanda do escritório regional ucraniano do Serviço de Segurança em Lugansk
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Anistia
Na Ucrânia, os separatistas pró-russos que ocupam dois edifícios oficiais nas cidades orientais de Donetsk e Luhansk rejeitaram uma oferta do governo de uma anistia em troca da deposição das armas.
Isso levantou temores de que as autoridades possam pôr em prática uma ameaça de usar a força para retomar os prédios, que estão ocupados desde o último fim de semana.
Manifestantes vestindo coletes à prova de bala e armados com fuzis Kalashnikov ocupam uma antiga sede da KGB em Luhansk e disseram que irão depor as armas apenas se o governo ucraniano concordar em realizar um referendo sobre o futuro da região, onde a maioria da população fala russo.
A Crimeia votou no mês passado a favor da união com a Rússia em um referendo realizado depois que as forças de Moscou já tinham tomado o controle dessa península do Mar Negro. O governo ucraniano rejeita uma votação semelhante no leste, dizendo que as ocupações são parte de um plano liderado pela Rússia para desmembrar o país.
"Estamos tentando encontrar uma solução de compromisso, mas as demandas apresentadas pelos ocupantes são inaceitáveis. Nosso objetivo é evitar o uso da força, mas essa opção continua em vigor", disse o vice-ministro do Interior, Serhiy Yarovy, aos jornalistas.
O primeiro-ministro Arseny Yatseniuk irá viajar para Donetsk na sexta-feira para discutir a crise.
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