Altos representantes dos Estados Unidos e da Rússia disseram esperar trabalhar juntos em temas espinhosos como os conflitos na Ucrânia e na Síria, mas não deram sinais concretos de progresso após mais de oito horas de conversas nesta terça-feira.
O secretário de Estado norte-americano, John Kerry, encontrou-se por mais de quatro horas com o presidente russo, Vladimir Putin, e o ministro de Relações Exteriores Sergei Lavrov para discutir tópicos como as conversas nucleares com o Irã, assim como os conflitos no Iêmen e na Líbia.
Falando a repórteres após a reunião, Kerry e Lavrov destacaram pontos positivos, apesar do fato de que as relações entre EUA e Rússia chegaram ao nível mais baixo desde a Guerra Fria por causa da crise na Ucrânia.
“Temos um entendimento de que precisamos evitar atitudes que podem prejudicar as relações entre Rússia e EUA no longo prazo”, disse o chanceler russo por meio de um intérprete.
“Não há nada que substitua conversas diretas com os principais tomadores de decisões, particularmente durante um período complexo e acelerado igual a este”, acrescentou Kerry.
Kerry encontrou-se com Lavrov e Putin no resort de Sochi, no Mar Negro, na visita de mais alto nível para a Rússia de um dignitário norte-americano desde que a crise na Ucrânia começou, no segundo semestre de 2013.
Os laços entre Washington e Moscou se deterioraram desde que a Rússia anexou a seu território a península ucraniana da Crimeia, em março de 2014, e apoiou milícias separatistas no leste da Ucrânia.
Moscou acusa Washington de orquestrar a queda de um presidente ucraniano que era apoiado pela Rússia.
Já os EUA acusam a Rússia de não retirar armamentos pesados como sistemas de defesa aérea, tanques e artilharia do leste ucraniano, o que viola um plano de paz concordado em janeiro - conhecido como Minsk 2.
A Rússia nega as acusações do Ocidente e da Ucrânia de que esteja armando separatistas que combatem o governo, tampouco que reconhece que fornece ajuda com suas próprias forças militares.
Mais de 6.000 pessoas foram mortas desde abril de 2014 no conflito da Ucrânia.
((Tradução Redação Rio de Janeiro; +55 21 2223-7148))REUTERS MPP