O governo dos Estados Unidos expressou "grande preocupação" com o aumento da tensão no leste da Ucrânia, após manifestantes pró-Rússia terem invadido sedes do governo em três cidades.
O secretário de Estado americano, John Kerry, disse ao ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, que eventuais atividades russas para "desestabilizar" a Ucrânia "terão custos".
A Ucrânia está enviando oficiais a Donetsk, Luhansk e Kharkiv, após milicianos terem ocupado uma a sede do governo de Donetsk e ter declarado uma "república popular" no local na segunda-feira.
Eles pediram ainda a realização de um referendo no dia 11 de maio na cidade para decidir sua possível separação da Ucrânia.
A Rússia recentemente anexou a península da Crimeia, onde a maioria das pessoas são de etnia russa, após a realização de um referendo em que a grande maioria dos votantes optou pela anexação da região pela Rússia.
O referendo foi considerado ilegal pelo governo ucraniano e pelas grandes potências ocidentais.
Movimentação militar
Moscou agora conta com milhares de soldados na região da fronteira entre a Rússia e o Leste da Ucrânia.
Apesar de insistir que não tem a intenção de invadir a Ucrânia, o governo russo disse que se reserva o direito de defender russos étnicos no país vizinho.
A Rússia vem se recusando a reconhecer novas autoridades que assumiram o poder em Kiev após o presidente pró-Moscou, Viktor Yanukovych, ter sido deposto em fevereiro.
A porta-voz do Departamento de Estado americano, Jen Psaki, afirmou, em um telefonema, que Kerry pediu "que a Rússia publicamente repudiasse as atividades dos separatistas, sabotadores e provocadores", na Ucrânia.
Ela afirmou que as ações vistas no leste da Ucrânia "não parecem ser uma série de eventos espontâneos".
"Ele deixou claro que quaisquer esforços por parte da Rússia para desestabilizar a Ucrânia terão novos custos para a Rússia", afirmou a Psaki.
Acusações de Lavrov
Os Estados Unidos e a União Europeia já impuseram sanções contra autoridades russas em represália à anexação da Crimeia.
O chanceler russo, Sergei Lavrov, em um artigo no jornal britânico The Guardian, negou que a Rússia esteja tentando desestabilizar a Ucrânia.
Lavrov acusou os Estados Unidos e a União Europeia de estarem tentando "compelir a Ucrânia a fazer uma dolorosa escolha entre o Leste e o Ocidente, agravando ainda mais diferenças internas".