O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, conversou neste sábado com o chanceler russo, Sergei Lavrov, para adverti-lo que os movimentos de tropas e a "retórica inflamatória" da Rússia põem em perigo a segurança e a unidade da Ucrânia.
Kerry expressou sua preocupação com os "provocativos movimentos de tropas russas na fronteira com a Ucrânia, o apoio russo aos separatistas e a retórica inflamatória minam a estabilidade, segurança e unidade da Ucrânia", segundo comunicado do Departamento de Estado.
O secretário de Estado pediu que Lavrov "apoie publicamente os esforços da Ucrânia em vez de denegri-los, especialmente em vista dos muito perigosos e violentos grupos separatistas em Slaviansk", uma das cidades do leste ucrânia sob controle de insurgentes pró-russos. O chefe da diplomacia americana está preocupado com os movimentos de tropas perto da fronteira com a Ucrânia, que fazem Washington temer a rebelião das regiões orientais ucranianas, de maioria étnica russa.
Rússia sustenta que seus movimentos militares são parte de exercícios rotineiros, mas as várias dezenas de milhares de soldados e o amplo leque de armamento a poucos quilômetros das regiões orientais ucranianas intensificou as críticas americanas.
A Casa Branca anunciou hoje que deve apresentar novas sanções contra altos funcionários e empresários russos na próxima semana para pressionar Moscou a mudar de atitude. O governo pró-europeu da Ucrânia está tentando dissolver os grupos pró-russos que tomaram edifícios públicos e posições nas regiões mais ao leste do país, o que provocou vários choques armados. Kerry também pediu a Lavrov que a Rússia apoie incondicionalmente os esforços para libertar aos membros da equipe de inspetores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) detidos por grupos contrários ao novo governo ucraniano.
Os separatistas pró-russos sequestraram sete militares europeus (três alemães, um polonês, um dinamarquês, um sueco e um tcheco), e outras seis pessoas que viajavam em um ônibus na entrada de Slaviansk. Kerry lembrou Lavrov que o governo ucraniano está disposto a reformar a Constituição, e que incluiria mais autonomia e garantias paras as regiões de maioria étnica russa na Ucrânia.