Uma enfermeira da Espanha que tratou uma pessoa diagnosticada com ebola em Madri foi contaminada com o vírus e se tornou a primeira a contrair a doença fora da África, afirmaram nesta segunda-feira autoridades de saúde espanholas.
O resultado da enfermeira deu positivo para ebola em dois testes separados, segundo relatórios.
Ela fez parte da equipe que tratou o padre espanhol Manuel Garcia Viejo, que morreu de ebola no último dia 25 de setembro.
O padre morreu no hospital Carlos 3º de Madri depois de contrair ebola em Serra Leoa. Outro padre espanhol, Miguel Pajares, morreu em agosto após contrair o vírus na Libéria.
A enfermeira foi hospitalizada na manhã desta segunda-feira com sintomas de febre alta, informou o jornal espanhol El País.
Segundo a reportagem, os médicos isolaram o setor de emergência do hospital, onde ela está sendo tratada.
Estados Unidos
Nos Estados Unidos, as autoridades de saúde anunciaram que cogitam submeter a checagens adicionais nos aeroportos os passageiros que desembarcar vindos de países afetados pela epidemia de ebola no oeste da África.
E esta é apenas uma das opções sendo analisadas pelo governo americano para tentar deter o contágio pela doença, depois de registrar o primeiro caso confirmado de ebola no país. O vírus foi encontrado na semana passada em um liberiano na cidade de Dallas, no Estado do Texas.
Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas, afirmou que "uma discussão (sobre o assunto) está ocorrendo agora" para analisar todas as opções para conter o vírus.
A respeito das chegagens em aeroportos Fauci disse à rede de TV CNN que a questão é se "o nível extra de checagem vai valer a pena (em relação) aos recursos que você coloca nisto".
Os passageiros que saem dos países afetados já têm que ter a temperatura checada ao chegar nos Estados Unidos. As pessoas infectadas não transmitem o vírus a não ser que já demonstrem os sintomas da doença.
O liberiano diagnosticado com ebola em Dallas, Thomas Eric Duncan, foi monitorado para os sintomas quando saiu da Libéria, mas só desenvolveu a doença quatro dias depois, quando já estava em solo americano.
Duncan está em estado crítico em um hospital da cidade.
Dez pessoas tiveram contato direto com ele e estão sendo monitoradas, mas nenhuma delas apresentou sintomas da doença.
Sem proibições a voos
Quando questionado sobre as checagens para detectar a doença nos aeroporto, Tom Frieden, do Centro para Controle e Prevenção de Doenças afirmou que as autoridades estão "analisando todas as opções para proteger os americanos".
Mas ele descartou a proibição do pousos nos Estados Unidos de voos vindos das regiões afetadas pois, para ele, isolar estes países apenas os prejudicaria.
Frieden também repetiu que não acredita que o ebola vai se espalhar pelos Estados Unidos.
Uma pesquisa nacional feita pelo Centro de Pesquisas Pew tanmbém indica que os americanos confiam que o governo vai conseguir deter uma epidemia no país.
Cerca de 3,4 mil pessoas já morreram por causa da doença, principalmente no oeste da África.
O ebola se espalha rapidamente por meio de contato com fluidos corporais de alguém que tenha o vírus. A única forma de conter a epidemia é isolar os infectados.
Até agora, já foram confirmados oficialmente cerca de 7,5 mil casos da doença. Autoridades afirmam, entretanto, o que o número real pode ser muito maior.
Guiné, Serra Leoa e Libéria foram os países mais atingidos até agora.