As forças ucranianas recuperaram o controle de novas regiões do país, mas sofreram mais baixas nesta quinta-feira em confrontos com os separatistas, enquanto dois líderes ocidentais pediam ao presidente russo, Vladimir Putin, que pressione os rebeldes para negociarem uma solução para o conflito.
As forças do governo conseguiram recentemente obter maior controle sobre o país em três meses de disputas com os separatistas nas regiões orientais de língua russa, em que mais de 200 soldados do governo foram mortos, bem como centenas de civis e combatentes rebeldes.
Os militares da Ucrânia dizem ter um plano para impor uma "desagradável surpresa" aos separatistas fortemente armados que têm avançado sobre Donetsk, uma cidade de 900 mil pessoas, depois de terem sido expulsos de seu bastião em Slaviansk no fim de semana.
Anunciando mais uma vitória, o porta-voz do Exército, Vladyslav Seleznyov, disse que as forças do governo haviam retomado nesta quinta-feira a cidade de Siversk, ao leste de Slaviansk, com a fuga dos separatistas.
Um separatista confirmou a versão do governo dizendo que era "mais ou menos correto". "Não havia sentido em segurá-la e reforçá-la (Siversk) porque havia um grande risco de ser cercada".
Mas houve um aumento no número de baixas do lado ucraniano com a morte de mais três soldados em dois ataques na quarta-feira à noite em diferentes partes do leste, segundo os militares.
Um deles foi morto em uma emboscada a um comboio militar perto de Luhansk, enquanto outros dois morreram quando um veículo blindado explodiu devido a uma mina terrestre na aldeia de Chervona Zorya, perto de Donetsk.
As forças do governo que protegem o principal aeroporto internacional de Donetsk, cenário de conflitos amargos no final de maio, ficaram sob o fogo de morteiros nesta quinta-feira, mas o ataque rebelde foi reprimido, disse Seleznyov.
Em novos esforços diplomáticos internacionais para acabar com a pior crise Rússia-Ocidente desde a Guerra Fria, o presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, pediram a Putin por telefone que "exerça toda a pressão necessária sobre os separatistas para fazê-los negociar efetivamente", disse um comunicado do governo francês.
Eles também pediram ao líder russo que use sua influência para tomar medidas concretas para assegurar o controle da fronteira. Segundo o governo de Kiev, autoridades russas têm fechado os olhos para o trânsito de combatentes que cruzam com armas e equipamentos para ajudar os rebeldes.
Moscou está sob sanções por parte dos Estados Unidos e da União Europeia devido à crise da Ucrânia, mas nega que esteja apoiando os rebeldes no leste do país, onde a grande maioria da população ucraniana fala o idioma russo.