Felipe VI jurou nesta quinta-feira fidelidade à Constituição, em seu primeiro ato oficial como rei, depois de suceder o pai Juan Carlos na primeira mudança da coroa espanhola desde a restauração da democracia.
"Juro desempenhar fielmente minhas funções, guardar e fazer guardar a Constituição e as leis e respeitar os direitos dos cidadãos e das Comunidades Autônomas", afirmou Felipe VI diante dos deputados e senadores no Congresso.
Em suas primeiras palavras, Felipe prestou homenagem ao pai por seu papel na "reconciliação" da Espanha após a morte do ditador Francisco Franco (1939-75) e por "reconhecer a Espanha em sua pluralidade".
O novo rei, 46 anos, expressou sua fé na unidade da Espanha, um país que enfrenta o desafio do desejo de independência da Catalunha, que também volta a ganhar força no País Basco.
"Temos fé na unidade da Espanha, da qual a Coroa é símbolo", afirmou durante a proclamação no Congresso, diante dos presidentes regionais, entre eles o catalão Artur Mas e o basco Iñigo Urkullu.
Felipe VI terá ainda a tarefa árdua de devolver o brilho a uma monarquia desgastada pelos escândalos, que abalaram a família real e provocaram a queda da popularidade de seu pai Juan Carlos I, e a crise econômica.
Assim, o novo rei prometeu uma monarquia "íntegra e transparente", em seu primeiro discurso. "Desejamos uma Espanha na qual todos os cidadãos recuperem a confiança em suas instituições", afirmou durante a cerimônia, que não contou com as presenças de sua irmã Cristina e seu cunhado Iñaki Urdangarin, ambos indiciados em um caso de suposta corrupção.
Felipe VI também aproveitou o discurso de proclamação para destacar com "generosidade o imenso valor" dos vínculos que unem a Espanha com a América Latina.
Ele destacou a proximidade cultural, econômica e linguística entre Madri e suas ex-colônias, "um ativo de imenso valor que devemos potencializar com determinação e generosidade".
O novo monarca jurou fidelidade à Constituição de 1978 vestido com o uniforme de gala militar, incluindo a faixa de capitão geral dos exércitos.
As cerimônias de coroação são estritamente laicas, um gesto aprovado por praticamente todos os segmentos da sociedade espanhola como demonstração da modernização de uma instituição identificada durante séculos com o catolicismo.