G7 pede que Rússia retire tropas da fronteira ucraniana

O grupo pediu mais empenho do Irã em garantir a segurança no Oriente Médio e condenou o avanço do programa nuclear norte-coreano

4 jun 2014 - 19h56
<p>Líderes do V7 participam de reunião na sede do Conselho Europeu de Bruxelas, em 4 de junho</p>
Líderes do V7 participam de reunião na sede do Conselho Europeu de Bruxelas, em 4 de junho
Foto: Reuters

Os líderes do G7 pediram nesta quarta-feira à Rússia que retire suas tropas da fronteira ucraniana e opte "seriamente" por uma solução diplomática que estabilize a região, e se mostraram abertos a impor novas sanções a Moscou se for necessário.

"Pedimos à Federação da Rússia que acelere a retirada de suas forças militares na fronteira com a Ucrânia, detenha o fluxo de armas e militares na fronteira e exerça sua influência entre os separatistas armados para que entreguem as armas e renunciem à violência", afirmaram na minuta do comunicado do G7, ao qual a Agência Efe teve acesso.

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Os sete líderes dos países mais ricos e industrializados do mundo se mostraram "unidos na condenação à contínua violação da soberania e à integrição territorial da Ucrânia por parte da Rússia".

Os líderes reafirmaram que tanto a anexação da península da Crimeia como o papel desempenhado por Moscou na desestabilização do leste da Ucrânia "são inaceitáveis e devem parar".

EUA, França, Reino Unido, Itália, Alemanha, Canadá e Japão ressaltaram que estas ações "violam os princípios fundamentais do direito internacional e devem ser uma preocupação para todas as nações" e pediram à Rússia que cumpra os compromissos assumidos no marco do processo de Genebra para "buscar seriamente uma solução diplomática".

Além disso, os países do G7 se mostraram "dispostos a intensificar as sanções seletivas e a considerar novas medidas restritivas para impor custos adicionais à Rússia se assim exigirem os eventos".

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Por outro lado, os líderes mostraram seu respaldo ao magnata Petro Poroshenko, ganhador das eleições de 25 de maio realizadas na Ucrânia, a quem encorajaram a manter uma "estratégia comedida nas operações para restaurar a ordem e a lei" no país.

"Pedimos aos grupos armados ilegais que se desarmem", acrescentou o G7 no comunicado.

Além disso, os líderes assinalaram a "vontade" das autoridades ucranianas de manter "um diálogo nacional inclusivo" e as encorajaram a realizar uma reforma constitucional que permita estabelecer um marco que "aprofunde e fortaleça a democracia e que respeite os direitos e desejos de todos os povos em todas as regiões da Ucrânia".

Os líderes também mostraram respaldo ao desenvolvimento econômico da Ucrânia e às "difíceis reformas que serão cruciais para apoiar a estabilidade econômica" do país.

O G7 deu apoio a um "mecanismo de coordenação de doadores internacionais" que assegure o desembolso efetivo da assistência econômica e aplaudiu a intenção da UE de realizar um encontro de alto nível neste sentido em Bruxelas.

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Em relação ao gás, os líderes mostraram apoio aos esforços iniciados pelo país para diversificar suas provisões, e mostraram interesse que as negociações entre Kiev e Moscou sobre o preço do gás russo, seu trânsito e provisão à Ucrânia "terminem com sucesso".

Segurança no Oriente Médio

Os líderes do G7 pediram ao Irã que desempenhe um papel mais construtivo na segurança do Oriente Médio, especialmente na Síria, e colabore para que a comunidade internacional possa verificar que seus programas nucleares não têm um fim militar.

"Convocamos o Irã a desempenhar um papel mais construtivo no apoio à segurança regional, em particular na Síria, e a rejeitar todos os atos de terrorismo e grupos terroristas", declararam os líderes.

Por outro lado, o grupo manifestou seu "total apoio" ao trabalho dos Estados Unidos no conflito no processo de paz do Oriente Médio e reiterou que "uma solução negociada de dois Estados continua sendo o único caminho para resolver o conflito" entre Israel e Palestina.

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Neste sentido lamentaram que as partes não tenham feito "maiores progressos" no processo de paz em curso e lhes convocaram a "exercer uma contenção máxima e evitar qualquer ação unilateral" que possa minar estes esforços pacificadores.

A Coreia do Norte também esteve na agenda dos líderes do G7, que condenaram "o contínuo desenvolvimento de seus programas nucleares e de mísseis balísticos" e exigiram seu fim ao regime de Pyongyang.

O G7 abordou ainda a situação no norte e no centro da África, especialmente os conflitos no Mali, Líbia e República Centro-Africana, e expressou seu total apoio às missões das Nações Unidas em colaboração com outros organismos internacionais.

Além disso, o G7 condenou o sequestro de 200 adolescentes na Nigéria por parte do grupo terrorista Boko Haram e insistiu "na necessidade de uma determinação sem precedentes" para abordar os problemas dos direitos da mulher.

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