A empresa russa Gazprom aumentou a partir desta terça-feira em mais de 40% o preço do gás exportado para a Ucrânia e cancelou a redução concedida em dezembro ao governo do presidente deposto Viktor Yanukovich.
"Conforme o contrato vigente sobre o fornecimento de gás, seu preço para a Ucrânia será no segundo trimestre de US$ 385,5 por mil metros cúbicos", ao invés de US$ 268,5, informou o presidente do consórcio, Alexei Miller.
Miller detalhou que "a redução de dezembro já não pode ser aplicada" devido ao "descumprimento, por parte da Ucrânia, do pagamento das dívidas em relação ao fornecimento de gás em 2013, e por falta do pagamento de 100% das provisões correntes".
Segundo o presidente da Gazprom, esses fatores aumentaram a dívida ucraniana pelo gás russo, que hoje equivale a US$ 1,7 bilhão. Ao mesmo tempo, o consórcio informou que cumprirá o contrato existente desde 2009 sobre o trânsito de gás pela Ucrânia e pagará a partir de hoje 10% a mais para a ex-república soviética.
"A partir do segundo trimestre, aumenta em 10% a tarifa do trânsito do gás pelo território ucraniano", afirmou o número 1 da Gazprom, que também garantiu que sua empresa "pagará essa tarifa e cumprirá com todas as suas obrigações derivadas do contrato".
No dia 17 de dezembro do ano passado, em meio aos grandes protestos populares em toda a Ucrânia contra o então presidente Viktor Yanukovich, Moscou assumiu o compromisso de socorrer à economia ucraniana com o investimento de US$ 15 bilhões e uma redução de mais de 30% no preço do gás que a Rússia exporta para o país.
Pouco depois da reviravolta de poder em Kiev, a Rússia suspendeu a ajuda econômica e deixou claro que não aplicaria mais a redução no preço do gás.