Um carro-bomba explodiu na madrugada desta quinta-feira em frente a um prédio do banco central da Grécia, horas antes de o país regressar ao mercado internacional de títulos públicos após quatro anos.
Algumas vidraças foram estilhaçadas, e não houve feridos.
A polícia atribuiu o atentado a grupos esquerdistas ou anarquistas. Cerca de 45 minutos antes da explosão, ocorrida por volta das 6h da manhã (horário local), uma pessoa não identificada fez um alerta telefônico a um jornal, dizendo que a bomba continha 70 quilos de explosivos, segundo relato de um policial que pediu anonimato. Um site disse que também recebeu um aviso por telefone.
Testemunhas disseram que destroços ficaram espalhados pela rua, num dos pontos mais movimentados do centro de Atenas, com muitos bancos, lojas e um shopping. Outro policial disse, também sob anonimato, que investigadores ainda irão determinar a quantidade e o tipo de explosivos usados.
"Está claro que os agressores estão tentando ditar a pauta", disse o porta-voz governamental Simos Kedikoglou a uma TV. "Não vamos permitir que os terroristas tenham sucesso."
Atentados com bombas improvisadas e incêndios criminosos se tornaram comuns desde que a Grécia adotou impopulares medidas de austeridade em troca de um bilionário pacote de resgate financeiro da União Europeia e do FMI, em 2010.
Buscando demonstrar ao mundo político e financeiro que está finalmente emergindo da crise da dívida, a Grécia deve lançar títulos no mercado na quinta-feira, mas a população continua muito insatisfeita com a recessão que já dura seis anos e fez o desemprego se aproximar de 28 por cento.
Na sexta-feira, a chanceler (primeira-ministra) alemã, Angela Merkel, uma das mentores da política de austeridade adotada pela Grécia, deve visitar a Grécia.