A polícia italiana prendeu 11 eritreus suspeitos de atuarem em uma grande organização de tráfico de seres humanos, que atua entre a África e a Europa. Segundo investigação da Procuradoria de Catania, no sul da Itália, o grupo possui caráter transnacional e opera em países como Itália, Líbia, Eritreia e outros países do norte africano. Os membros do grupo foram presos na Sicília, Lombardia e Lazio.
Segundo as autoridades, o grupo é responsável pela metade dos barcos de imigrantes ilegais que entram na Itália pelo Mar Mediterrâneo. Ele teria realizado 23 travessias entre África e Itália nos meses de maio a setembro deste ano.
Entre os presos está um dos líderes da organização, Measho Tesfamariam, de 29 anos, que foi capturado na Alemanha. Para Giovanni Salvi, procurador de Catania, as prisões resultaram em um golpe significativo para a organização criminosa.
Além das prisões, realizadas nesta quarta-feira (3), a polícia de Catania resgatou nove jovens que eram mantidos em cárcere privado pelo grupo. Os jovens, imigrantes ilegais, estavam em um apartamento e seriam soltos somente se os seus familiares já na Europa pagassem aos criminosos o preço pela travessia do Mediterrâneo.
Segundo o procurador, os membros da organização mantinham os imigrantes em risco para que as autoridades italianas de segurança e assistência social intervissem. O objetivo era diminuir os custos para manutenção dos imigrantes pelo grupo.
Salvi disse que redes com este tipo de atuação surgiram "com o crime organizado local."
Segundo as investigações, o grupo é responsável pela travessia de um barco que naufragou no final de junho, causando a morte de 244 pessoas.