Os irlandeses foram às urnas nesta sexta-feira para decidir sobre a possibilidade de permitir o casamento gay, apenas duas décadas depois de a Irlanda se tornar o último país da Europa Ocidental a descriminalizar a homossexualidade, e os relatos indicam que houve um grande comparecimento provavelmente em favor do "sim".
Com a influência da outrora poderosa Igreja Católica abalada por escândalos de abuso de crianças, as pesquisas de opinião indicam que a proposta venceria, com uma votação na base de 2 para 1, o que tornaria a Irlanda o primeiro país a aprovar por meio de uma votação popular o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
A emissora RTE estimou que a participação provavelmente chegará a 60 por cento em Dublin, o que seria o maior nível para um referendo em anos. Houve intensa movimentação em várias zonas eleitorais durante o dia.
"É bastante surpreendente. Eu diria que, nesta fase, a participação seria de cerca de 50 por cento mais do que o último referendo", disse o fiscal eleitoral para Dublin, James Barry, à rádio Newstalk, referindo-se aos 39 por cento dos eleitores que votaram numa consulta mal-sucedida para abolir o Senado em 2013.
O resultado vai depender se os eleitores mais jovens, milhares dos quais se registraram conforme a campanha ganhava força, realmente compareceram às urnas.
O resultado, que será anunciado no sábado, também pode revelar uma divisão entre a população rural e urbana. Quando os eleitores legalizaram o divórcio por uma estreita maioria em 1995, apenas cinco das 30 zonas eleitorais fora de Dublin apoiaram a proposta.
O enorme interesse internacional fez a hashtag #VoteYes um dos tópicos de destaque no Twitter. Milhares de expatriados irlandeses voltaram ao país para participar do referendo, vindos tanto da Grã-Bretanha como de lugares distantes, como Nova York e Sydney, disseram grupos que incentivam o voto no "sim", usando a hashtag #hometovote.