O serviço de buscas e resgate marítimo da Itália salvou cerca de 3.500 imigrantes e encontrou 18 corpos no mar Mediterrâneo desde sexta-feira, quando milhares tentaram atravessar para a Europa de barco no final de semana, afirmou a marinha italiana.
Mares mais calmos no verão levaram mais pessoas a tentar a perigosa travessia a partir do Norte da África neste ano. Os tumultos e a instabilidade política na Líbia estão sendo explorados por traficantes de pessoas, levando o número de chegadas à Itália para mais de 100 mil pessoas desde janeiro.
A embarcação italiana Sirio recuperou 18 corpos e 73 sobreviventes de um bote, disse a marinha pelo Twitter no domingo, depois que uma fragata resgatou um corpo e 1.372 sobreviventes na noite de sexta-feira.
As mortes foram reportadas pouco depois que um barco que levava aproximadamente 200 imigrantes afundou a um quilômetro da costa da Líbia na sexta-feira. Estima-se que a maioria dos passageiros se afogou.
A missão de busca e resgate Mare Nostrum começou depois que um naufrágio perto da costa italiana matou 366 pessoas em outubro.
A missão custa cerca de 9 milhões de euros por mês e levantou debates políticos na Itália, que voltou à recessão econômica no segundo trimestre do ano, depois de anos de estagnação.
Na fronteira entre a Europa e a África, a Itália sempre atraiu imigrantes que chegam por mar, mas o número de chegadas neste ano já é superior ao maior número registrado até então, que era de 60 mil pessoas em todo ano de 2011, quando as revoltas da primavera árabe desencadearam uma onda de migrações.
O primeiro-ministro italiano Matteo Renzi pediu que a União Europeia se responsabilize pelo resgate de imigrantes investindo na agência de controle de fronteiras Frontex, e chamou uma intervenção da ONU na Líbia para administrar o fluxo de refugiados deixando o país.