A ministra italiana para a Integração, Cécile Kyenge, de origem congolesa, exigiu nesta terça-feira, em Roma, que cessem os atos de racismo e intolerância contra ela, principalmente por militantes do partido Liga Norte.
"Se o secretário deste partido não impedir seus membros, não participarei da conferência a qual me convidaram em agosto", disse a ministra Kyenge.
No sábado, duas bananas foram lançadas contra ela como um gesto de discriminação pela cor de sua pele, depois de ter sido comparada a um orangotango dias antes por um dos líderes da Liga do Norte.
Kyenge falava em um comício do Partido Democrata (PD, esquerda), quando um espectador não identificado atirou bananas, que não chegaram a atingir a ministra, mas que provocou reações de rejeição generalizadas no país.
Kyenge, médica, cidadã italiana nascida na República Democrática do Congo, tem sido alvo de ataques racistas desde que foi nomeada ministra. "Mesmo que tenhamos ideias diferentes, devemos nos enfrentar no campo das ideias e não dos insultos", ressaltou Kyenge.
"É por isso que concordei em participar de um evento da Liga do Norte em 3 de agosto", disse, alertando que rejeitará o convite devido aos gestos racistas "que me ferem pessoalmente e especialmente ferem a consciência civil do país" . "Se não pararem declinarei do convite", concluiu.