Itália: novo premiê Matteo Renzi obtém apoio do Senado

25 fev 2014 - 00h19
(atualizado às 00h20)

O premiê Matteo Renzi recebeu, na noite desta segunda-feira, o voto de confiança do Senado italiano, cacifando-se como a nova estrela da política do país. Ainda falta o voto de confiança da Câmara Baixa, esperado para terça. Mas o primeiro-ministro mais jovem da história no país chegou ao poder em tempo recorde e poderá mudar decisivamente o estilo da política italiana.

Em discurso ao Parlamento, ele já havia anunciado planos para fazer profundas reformas constitucionais e econômicas no país, que envolvem mudanças na lei eleitoral, redução de impostos, investimento em empregos e mudanças no Senado.

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Renzi tem 39 anos e atropelou todos os seus rivais internos para chegar à liderança do partido social democrata italiano (PD).

Ele ganhou a eleição para secretário-geral do partido em dezembro de 2013 e, pouco mais de dois meses mais tarde, pôs fim ao governo de seu colega de partido, o premiê Enrico Letta, em uma votação interna que ganhou com grande maioria.

O novo premiê nasceu na cidadezinha de Rignano sull'Arno, perto de Florença, filho de um pequeno empresário que era ativo na política local. Já quando jovem Renzi mostrava seus dotes de liderança como representante de classe e líder do movimento escoteiro.

Sua vida na política começou em 1999, quando ingressou no Partido Popular italiano, logo assumindo sua direção local em Florença. Em 2009 se candidatou ao posto de prefeito da cidade e ganhou do então prefeito Giovanni Galli.

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Estilo

Na prefeitura de Florença, Renzi aboliu todos os carros oficiais, ia a pé ou de bicicleta a compromissos oficiais e usava carros movidos a eletricidade. Quando foi convocado a se apresentar ao presidente italiano, chegou dirigindo um minúsculo Smart com lugar para duas pessoas.

Renzi aboliu também os comunicados de imprensa e se comunica diretamente com os eleitores pelas redes sociais Facebook e Twitter. Mas o florentino não deixa de ser criticado por adversários dentro e fora de seu partido por ser um tanto populista e esquecer promessas quando lhe convém, como por exemplo a de apoiar o governo Letta.

Ele também foi criticado por reatar os laços com o ex-premiê Silvio Berlusconi, líder do principal partido de oposição Forza Italia, que foi condenado por evasão fiscal. Renzi precisa dele como aliado para formar uma maioria no Parlamento e reformar o sistema eleitoral italiano.

"Quero vê-lo aposentado, e não na prisão", disse uma vez, irritando muitos membros do PD que veem em Berlusconi o principal adversário.

Renzi fala rápido em entrevistas coletivas e promete reformar rapidamente o sistema eleitoral e a economia da Itália. Ele é o quarto chefe de governo italiano em apenas quatro anos e está sob grande pressão para mostrar serviço logo.

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O novo premiê prometeu "uma reforma por mês", e seu principal desafio é baixar o crescente nível de desemprego na Itália. Se não conseguir, pode acabar compartilhando o destino de seu predecessor Enrico Letta, que ficou só dez meses no poder.

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