A Itália resgatou quase 4 mil imigrantes em 48 horas e mais de 15 mil desde o início do ano, anunciou nesta quarta-feira o ministro do Interior italiano, Angelino Alfano. "Os desembarques não param e a urgência é cada vez mais flagrante: dois navios mercantes estão socorrendo dois barcos com 300 e 361 pessoas a bordo. Parece que há pelo menos um cadáver", disse o ministro. "A Itália está submetida a uma pressão migratória muito forte que chega da Líbia", completou.
De acordo com Alfano, entre 300 mil e 600 mil imigrantes estariam dispostos a embarcar de Líbia para a Europa. "A Europa deve assumir a situação. Não pode dizer que entregando 80 milhões de euros a Frontex (a agência de vigilância das fronteiras europeias) o problema está resolvido". "Desde outubro, nós salvamos milhares vidas. Há mercadores da morte que ganham dinheiro com o tráfico e lançam alertas de socorro apenas quando já estão a 30 ou 40 milhas da costa líbia", explicou.
O governo da Itália organiza uma operação batizada de "Mare Nostrum" desde que mais de 400 imigrantes clandestinos da Eritreia e da Síria morreram afogados nas costas do país em outubro de 2013.