Nem dá para acreditar que o menino sorridente da foto poderia se transformar em um assassino de um grupo terrorista poucos anos depois, mas a verdade é que o chamado “Jihadi John”, que foi identificado nesta quinta-feira como Mohammed Emwazi, passou de um garoto com sonhos de jogar futebol para o homem mascarado que decapita pessoas. As informações são do Daily Mail.
Após a revelação da identidade do jihadista feita ontem pelo serviço secreto do Reino Unido, alguns antigos vizinhos no bairro de Maida Vale, no oeste de Londres, e colegas da escola St. Mary Magdalene Church of England não puderam acreditar que o menino “educado, quieto e popular” pudesse ser o terrorista.
Mohammed Emwazi nasceu no Kuwait, mas se mudou com a família para o Reino Unido aos seis anos. Na escola, o menino que chegou ao país falando bem pouco do inglês, era aluno mediano, mais bem sucedido no futebol durante os intervalos – o que o tornou um estudante popular.
Além disso, os ex-colegas lembraram que Emwazi usava roupas ocidentais e, na época, não se dedicava excessivamente ao islamismo (e muito mais com o futebol). Um amigo de infância contou que, certa vez, ele teria se apresentado para a turma sobre a língua árabe, sua cultura e religião, escrevendo coisas no quadro, quando tinha entre 8 e 9 anos.
“Ele escreveu em árabe no quadro, nos mostrou como escrevia na direção contrária a nossa, leu um texto sobre sua religião. Ele falava poucas palavras em inglês ainda, era melhor no futebol. Jogava todo intervalo e depois da escola... Sobre o esporte, ele sabia várias palavras e expressões e queria ser um artilheiro. Era popular”, contou um ex-colega.
Depois de terminar a escola primária, em 1999, o jovem Mohammed mudou-se para a Quintin Kynaston Community Academy, em St John Wood. A partir daí, teria começado a se dedicar mais à religião, começando a usar vestimentas típicas e adquirindo comportamentos diferentes. Nessa mesma época, sua irmã mais nova também teria iniciado a usar hijab.
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Carrasco britânico do EI, "Jihadista John" é identificado
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Porém, foi na universidade que Mohammed adquiriu pensamentos mais extremistas – possuindo diversos colegas defensores radicais do Islã. Nessa época, começou a frequentar mesquitas e se associou a Bilal el-Berjawi, jihadista morto por um ataque de drone na Somália há três anos.
Em agosto de 2009, após sua graduação, o jihadista viajou para a Tanzânia com alguns amigos com o argumento de que iriam fazer um safári. Porém, o grupo teve a entrada recusada no país e foram transferidos para a Holanda, onde teria sido interrogado pelo serviço secreto. Depois dessa viagem, Emwazi teria sido capturado pela polícia especial por mais de 10 vezes, mas nunca foi preso.
O serviço secreto do Reino Unido acredita que o jihadista – que ficou conhecido pelo apelido Jihadi John – teria viajado à Síria em 2012, entrando, finalmente, para o Estado Islâmico.
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O jornalista americano James Foley, 40 anos, foi decapitado no dia 19 de agosto de 2014 por militantes do Estado Islâmico. Essa foi a primeira vítima cuja a morte foi gravada pelo grupo extremista e divulgada na internet. Foley havia desaparecido na Síria há quase dois anos. No vídeo, o americano - que estava ajoelhado ao lado de seu executor - disse que os EUA causaram sua morte.
Foto: AP
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O jornalista americano Steven J. Sotloff, 31 anos, foi decapitado no dia 2 de setembro de 2014. Ele havia sido sequestrado em 2013 e apareceu no primeiro vídeo divulgado pelo Estado Islâmico na internet. No primeiro vídeo, James Foley foi decapitado e Sotloff foi ameaçado de morte caso os EUA não "colaborassem" com o grupo extremista. Sua morte também foi divulgada em vídeo.
Foto: AP
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O escocês David Haines, 44 anos, foi sequestrado em março de 2013, quando atuava como voluntário em trabalhos humanitários na Síria. Ele foi decapitado no dia 13 de setembro de 2014 pelo Estado Islâmico e foi a terceira vítima ocidental a ser decapitada pelo grupo extremista que teve a morte divulgada em vídeo na internet.
Foto: Twitter
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O motorista de táxi britânico Alan Henning, 47 anos, foi a quarta vítima do Estado Islâmico a ter a decapitação divulgada em vídeo na internet. Henning participava de comboio de voluntários que levavam suprimentos médicos à Síria. Apelidado de "Gadget", Henning foi sequestrado nove meses antes da divulgação de sua morte, no dia 03 de outubro de 2014. No final de seu vídeo, um refém americano foi apresentado como uma nova vítima do EI.
Foto: The Telegraph
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O ex-militar americano Peter Edward Kassing, 26 anos, trabalhava como voluntário na assistência humanitária na Síria. Ele foi o refém apresentado no final do vídeo da morte do britânico Alan Henning. No dia 16 de dezembro, Kassing foi decapitado e teve um vídeo que divulgava sua morte publicado na internet. No vídeo, um militante do Ei, com sotaque britânico, aparece ao lado de uma cabeça decapitada que seria a de Kassing. O americano tinha sido sequestrado em outubro de 2013 e se convertido ao islã.
Foto: AP
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O fotógrafo sírio Omar Alkhani esteve nas mãos do Estado Islâmico por dois meses. Ele diz que foi sequestrado em Aleppo, na Síria, e que dividiu a prisão com o jornalista James Foley, o primeiro a ter a morte divulgada em vídeos pela internet. Alkhani disse que, após dois meses de cárcere, os membros do EI vendaram seus olhos, o colocaram em um carro e ele foi jogado na rua. Durante o sequestro, Alkhani foi torturado.
Foto: El País
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O jornalista independente britânico John Cantlie, 43 anos, foi sequestrado na Síria em 2012. Desde então, ele é um dos reféns do Estado Islâmico. Cantlie apareceu em alguns vídeos do EI e, em um deles, o jornalista aparece andando pelas ruas de Mossul e mostrando que a rotina dos moradores da região não mudou em nada com a presença do grupo extremista. A imprensa ocidental afirma que a vida em Mossul tem sido difícil desde a presença do EI.
Foto: Twitter
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O empresário japonês Haruna Yukawa (à direita), 42 anos, chegou à Síria em agosto de 2014 e seu paradeiro estava desconhecido desde então. O Ministério dos Negócios Estrangeiros do Japão procurava por ele. Seu amigo, o jornalista Kenji Goto, foi à sua procura e ambos acabaram aparecendo em um vídeo do Estado Islâmico, como reféns, divulgado em janeiro. O grupo exigiu um resgate de US$ 200 milhões de dólares do governo japonês. Sem negociações, Yukawa foi decapitado no dia 21 de janeiro de 2015, sua morte foi anunciada e ilustrada em fotografias por Goto em um vídeo.
Foto: AP
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O jornalista freelancer e documentarista japonês Kenji Goto, 47 anos, foi decapitado no dia 31 de janeiro de 2015 por um jihadista membro do Estado Islâmico. Ele foi capturado em outubro de 2014 e estaria na Síria à procura de seu amigo, o empresário Haruna Yukawa. Yukawa foi morto em janeiro e Goto foi mantido refém ao lado de um jordano. A liberdade de ambos foi oferecida pelo Estado Islâmico em troca da libertação de uma terrorista. O Japão não quis negociar e um vídeo com Goto sendo decapitado foi divulgado na internet.
Foto: EPA/ISLAMIC STATE
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O tenente e piloto jordano Moaz al-Kasasbeh, 26 anos, participava na missão aérea contra o Estado Islâmico, em apoio à aviação dos Estados Unidos, quando o seu caça F-16 foi atingido e caiu em território sírio controlado pelo Estado Islâmico, no dia 24 de Dezembro de 2014. Desde então, o EI divulgou algumas fotografias humilhantes. A Jordânia aceitou trocar a liberdade do piloto pela liberdade de uma terrorista, contanto que o piloto esteja realmente vivo. Porém, em 3 de fevereiro, sua morte foi divulgada por meio de um vídeo, em que ele aparece sendo queimado vivo, dentro de uma jaula.
Foto: Reproducción
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O médico alemão Stefan Viktor Okonek e sua esposa Henrite Dielen foram sequestrados no dia 24 de setembro. O Estado Islâmico ameaça matar a dupla, caso o governo alemão continue a apoiar os bombardeios contra o EI, liderados pelos Estados Unidos. A partir do final de setembro, não houve informações sobre as vítimas.
Foto: interaksyon
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A voluntária americana Kayla Jean Mueller, 26 anos, foi feita refém em Alepo, no norte da Síria, em agosto de 2013. Ela era voluntária de uma organização não-governamental do Arizona. No dia 6 de fevereiro, o Estado Islâmico anunciou que Kayla tinha sido morta durante um ataque aéreo da coligação internacional, conduzido por forças jordanianas. Sua morte só foi confirmada pela Casa Branca no dia 10 de fevereiro.