Kremlin: Putin não ordenou que ativistas do Greenpeace fossem processados

4 out 2013 - 11h36
(atualizado às 11h44)

O Kremlin afirmou nesta sexta-feira que o presidente russo, Vladimir Putin, não ordenou que os 30 tripulantes do navio Arctic Sunrise do Greenpeace fossem acusados de pirataria, delito que pode ter penas de até 15 anos de prisão no país.

"Ele (Putin) não pode dar ordens (aos órgãos de instrução). Pode dar sua opinião, mas não pode dar ordens, já que ele não pode interferir no trabalho dos órgãos de instrução", assegurou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin, citado pelas agências locais.

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Peskov lembrou que Putin já se manifestou a respeito, ao assegurar que os ativistas da organização ambientalista, "certamente, não são piratas, mas, de fato, tentavam assaltar a plataforma" Prirazlómnaya do grupo energético russo Gazprom (Ártico).

"Quando nós dizemos aos senhores (jornalistas) várias vezes que ele não se intromete e não pode interferir no trabalho dos órgãos de instrução, os senhores não acreditam", disse Peskov.

"Quando a evolução dos eventos demonstra que sua palavra não pode ser uma ordem para os órgãos de investigação, os senhores (a imprensa) dizem que é algo surpreendente".

O Comitê de Instrução da Rússia (CIR) confirmou que todos os tripulantes da embarcação capturada no mar de Barents em 19 de setembro e rebocado até o porto de Murmansk foram acusados de pirataria em virtude do artigo 227 do código penal.

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"Os acusados não reconhecem sua culpa e atualmente se negam a testemunhar", assinalou um porta-voz do CIR.

Os tripulantes procedem da Rússia, EUA, Argentina, Reino Unido, Canadá, Itália, Ucrânia, Nova Zelândia, Holanda, Dinamarca, Austrália, Brasil, República Tcheca, Polônia, Turquia, Finlândia, Suécia e França.

O presidente do Conselho de Direitos Humanos adjunto ao Kremlin, Mikhail Fedotov, tachou de infundadas as acusações de pirataria apresentadas contra os tripulantes do "Arctic Sunrise".

"Estão sendo acusados de pirataria. Considero que para isso, não existe nem o mais mínimo fundamento", afirmou Fedotov à agência "Interfax".

Gazprom assegura que o protesto do Greenpeace não impedirá que os trabalhos de extração na plataforma flutuante comecem no final deste ano.

  
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