Lembrar dos massacres sofridos pelos armênios no começo do século passado "não somente é oportuno, mas necessário", disse neste sábado (25) o papa Francisco em um encontro pela paz realizado no centro de Yerevan.
"Não deixo de pensar no que vosso povo experimentou. Quase não passou um século do 'Grande Mal' que abateu sobre vós. Esse 'extermínio horrível e sem sentido'", lembrou o pontífice perante cerca de 50 mil pessoas que participaram do ato, celebrado na praça da República da capital armênia.
"Este trágico mistério de iniqüidade que vosso povo experimentou em sua carne permanece impresso na memória e arde no coração", segundo o papa. "Vossos sofrimentos nos pertencem", acrescentou o pontífice.
Para Francisco, "recordá-los não é só oportuno, mas necessário: que sejam uma advertência o tempo todo, para que o mundo não caia jamais em um espiral de horrores semelhante".
Com estas palavras, Francisco fez alusão sobretudo ao massacre de armênios perpetrado desde 1915 pelas autoridades otomanas e que se converteram na morte de um milhão e meio de pessoas, algo que a Armênia considera como "genocídio".
Esse termo foi utilizado pelo papa Francisco em duas ocasiões, a última ontem, apesar de em abril do ano passado já ter lhe rendido uma crise diplomática com a Turquia, herdeira do Império Otomano e que rejeita firmemente esse termo.